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2024-05-20 às 21h00

Economia portuguesa tem poucos anos para dar um salto quântico

Ministro da Economia, Pedro Reis, na conferência da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, Aveiro, 20 maio 2024 (foto: André Moreira/GME)
«Portugal tem todas as condições para ser uma potência exportadora e internacionalizada», disse Pedro Reis


«Se focarmos a execução e a racionalidade das decisões em capitalizar e financiar as empresas, promover a inovação, ajudar na internacionalização, remover a burocracia - conseguimos dar um salto quântico a uma velocidade que não é possível em economias muito maiores e muito mais complexas», disse o Ministro da Economia, Pedro Reis, na conferência anual da Associação dos Industriais Metalúrgicos, Metalomecânicos e Afins de Portugal, em Aveiro.

Pedro Reis sublinhou que «temos 4 ou 5 anos para nos posicionarmos e captarmos alguns clusters, alguns ecossistemas de investimento» e que, embora Portugal tenha já «um bom trabalho feito», «é preciso agora concretizá-lo». 

Temáticas permanentes

O Ministro referiu que «quando vemos essas várias oportunidades que existem e que estão a ser trabalhadas em Portugal», «algumas temáticas estão lá sempre»: são os setores estratégicos da descarbonização, da economia circular, da mobilidade, da logística, farmacêutico, da defesa (…), do sistema financeiro e do cluster do mar».

«Tudo isto são áreas de investigação profunda, de inovação acelerada, de captação de talento, de margem de progressão gigante, de desmultiplicação para outros setores. Portanto é aí que Portugal se pode posicionar com alguma agilidade e naturalidade», acrescentou.

Pedro Reis sublinhou que «estas matérias estão no pico das nossas prioridades. Aliás, não é possível ver o mundo como um ecossistema interligado e não pedir o mesmo ao Ministério da Economia», pois «Portugal tem todas as condições para ser uma potência exportadora e internacionalizada com base na inovação e no talento».

Produtividade

«Quando estamos a falar de produtividade», disse, «estamos a falar de assegurar a intensidade de capitais. Não é possível, atualmente, com intensidade tecnológica de investigação e desenvolvimento que existe, fazê-lo sem uma densidade, uma espessura de capital», disse, acrescentando que «produtividade implica, como sabem, aposta em investimento continuado».

E «a produtividade implica competitividade, ou seja, implica alívio fiscal, implica desmantelamento de burocracia, implica justiça económica ágil e implica infraestruturas estratégicas».  

Reformas responsáveis

Por isto, ao setor Público «cabe desencadear uma agenda de reformismo, a que eu chamo responsável. E cabe apostar acima de tudo na qualificação, no talento e no conhecimento, para vencer o desafio da produtividade, da competitividade da escala. Porque é esses são os desafios sem os quais tudo o que façamos é ingrato ou insuficiente. E se assegurarmos isto, tudo o resto é possível».

Por isto, «estamos a trabalhar muito profundamente» num «Banco Português de Fomento que ative em pleno a sua função: fazer chegar soluções de financiamento e de capitalização às empresas portuguesas, nomeadamente para cobrir e colmatar as falhas de mercado», disse ainda.

Metalurgia e metalomecânica

O Ministro definiu o cluster do setor da metalúrgica e da metalomecânica «como se fosse uma coluna vertebral da economia portuguesa. É quase o tutano dentro da indústria e a indústria, é a coluna vertebral. Tal como a coluna vertebral nas economias não esgota a realidade do corpo, mas sem esse corpo não tem estrutura e não tem movimento».

Este setor (3 000 empresas, 50 000 empregos, volume de negócios de 34 mil milhões de euros e exportações de 20 mil milhões) «é absolutamente nevrálgico para o caminho do futuro. Ainda por cima é uma coluna vertebral ligada ao cérebro, no sentido em que está a evolução. E em cima de uma base muito robusta, muito sólida, há que colocar conhecimento, colocar tecnologia».