«A criação de riqueza é a melhor forma de acabar com a pobreza», disse o Primeiro-Ministro Luís Montenegro perante centenas de empresários, nos Millenium Talks, em Lisboa.
Luís Montenegro afirmou que o programa
Acelerar a Economia e os outros programas que o Governo tem para a área económica «são sobretudo para os pobres, são para transformar os que vivem numa situação de pobreza numa situação mais privilegiada financeiramente. Por isto é que apostamos na economia, nas empresas, na criação de riqueza».
«Há toda uma diferença que nos separa dos que criticam estes programas por serem supostamente dirigidos aos empresários», porque «isto significa que este novo Governo veio para fazer diferentemente do que foi feito nos anos anteriores», disse.
Crescer 3%
O Primeiro-Ministro disse que o objetivo do Governo é que «ao fim de uma década ou duas, em vez de concluirmos que crescemos em média 0,5%, concluamos que crescemos em média 3% ou mais».
«A ligação entre as empresas, o sistema financeiro e o poder político, a administração («que tem instrumentos de financiamento para gerir»), é obrigatória (…) para termos um bom desempenho económico que não se esgote num ciclo pequeno, para aumentarmos a criação de riqueza no País e aumentarmos a duração dos ciclos de crescimento económico», acrescentou.
Nesta ligação entre setor financeiro, poder político e empresas, «a parte das empresas não se esgota nos empresários – que saúdo pela sua coragem, tenacidade, disponibilidade para o risco». «Uma empresa são também os seus trabalhadores, o seu know-how, a sua clientela, é a capacidade de sustentar uma produção e uma comercialização no mercado», sublinhou.
Mais riqueza, melhores salários
Luís Montenegro disse que «quando valorizamos as empresas», «estamos a pensar nos empresários, nas pessoas que trabalham nas empresas, nas empresas que trabalham para outras empresas – nas cadeias de valor – e no potencial para criarmos riqueza para vivermos melhor a partir da capacidade exportadora» da economia.
E «criando riqueza podemos pagar melhores salários e reter os que são mais qualificados. Se não o fizermos, se não percebermos que uma empresa é isto, então não vamos ter capacidade de criar mais riqueza», disse.
«Quando não se cria riqueza está-se a prolongar e muitas vezes até a fomentar a pobreza», afirmou, acrescentando que é preciso ter coragem para levar a cabo estas políticas de crescimento «mesmo que os resultados não apareçam no dia a seguir».