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Comunicados

2024-11-03 às 10h09

COP 16: Acordos fortalecem a proteção da biodiversidade marinha e a partilha de recursos genéticos digitais

  • Portugal termina participação na Cimeira da Biodiversidade das Nações Unidas com balanço positivo, salientando os avanços nas áreas da proteção dos oceanos;
  • Apesar da falta de consenso em Cali, Maria da Graça Carvalho espera que seja possível chegar a acordo para o aumento do financiamento na área da biodiversidade.
Portugal reafirmou, na Cimeira da Biodiversidade das Nações Unidas (COP16), em Cali, na Colômbia, o seu compromisso com a implementação do KM-GBF (Kunming Montreal-Global Biodiversity Framework – Quadro Global de Biodiversidade).

Durante a Cimeira, que se estendeu até este sábado, dia 2 de novembro, a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, fez-se representar pelo presidente do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Nuno Banza. A intervenção de Portugal enfatizou o trabalho que está a ser levado a cabo no âmbito da revisão das suas estratégias nacionais e o respetivo alinhamento com as estratégias europeias e o KM-GBF, o que permitirá cumprir o compromisso nacional subscrito em Montreal em 2022.

Apesar de terem sido alcançados resultados positivos em pontos relevantes das negociações, a COP16 terminou sem um consenso sobre uma das questões mais importantes – o acordo sobre um plano detalhado para aumentar o financiamento para a biodiversidade.

"Os acordos alcançados na COP16 representam um avanço significativo, mas reconhecemos ainda há muito por fazer. Aumentar o financiamento para a biodiversidade continua a ser uma prioridade. Ainda assim, celebramos os progressos feitos e comprometemo-nos a intensificar os nossos esforços para chegarmos a um acordo mais ambicioso, que garanta uma maior proteção da biodiversidade à escala global", revela a Ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho.

Áreas Marinhas biologicamente significativas (EBSA)

Depois de oito anos de intenso trabalho, foram estabelecidos os critérios para a descrição e classificação das áreas marinhas ecologicamente ou biologicamente significativas (EBSAS), o que permite a sua criação e subsequente adoção de medidas de proteção. Este avanço está em linha com o compromisso assumido por Portugal de aumentar as áreas protegidas, que se materializou recentemente com a criação da maior Área Marinha Protegida do Atlântico Norte, nos Açores.

Sendo os oceanos grandes reguladores climáticos, proteger as EBSA ajuda a manter os processos naturais que regulam o clima, como a absorção de dióxido de carbono e a produção de oxigénio. Ainda, a proteção dessas áreas garante a sustentabilidade dos recursos marinhos, que são fundamentais para a segurança alimentar e os meios de subsistência de milhões de pessoas em todo o mundo.

O acordo alcançado promove a cooperação internacional, incentivando os países a trabalharem em conjunto para identificar, monitorizar e proteger as EBSA, especialmente em áreas que estão fora da jurisdição nacional, como o alto-mar.

A conservação das EBSA pode trazer benefícios económicos a longo prazo, como o turismo sustentável e a pesca responsável, que dependem de ecossistemas marinhos saudáveis.

Acordo para a Partilha de Recursos Genéticos Digitais - DSI

É ainda de realçar o acordo conseguido para a partilha dos recursos genéticos digitais (DSI). Muitos destes recursos são originários de países em desenvolvimento, ricos em biodiversidade. Esses dados são frequentemente utilizados por empresas em países desenvolvidos para criar produtos lucrativos, como medicamentos e cosméticos. O acordo garante que os benefícios financeiros possam ser partilhados de forma justa com os países de origem.

Leia o comunicado na íntegra