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Histórico XXIII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2022-09-28 às 10h04

Linha de Alta Velocidade Porto–Lisboa - Perguntas & Respostas

Linha de Alta Velocidade Porto-Lisboa

Porque é necessária uma nova linha ferroviária entre o Porto e Lisboa?

A linha que atualmente liga o Porto a Lisboa, a linha Norte, é a principal linha ferroviária do país, uma verdadeira espinha dorsal da rede. Quase metade de todos os comboios de passageiros e mais de 90% dos comboios de mercadorias efetuados diariamente no país circulam, pelo menos, em parte da linha do Norte. Por esta razão, e apesar de existir procura, não é possível aumentar a oferta de serviço ferroviário no eixo entre o Porto e Lisboa. 

Além disso, após quase três décadas de investimento na modernização integral da linha do Norte, o melhor tempo de viagem que é possível hoje é de 2h49, podendo reduzir-se, na melhor das hipóteses, para 2h35 quando estiverem concluídas as obras em curso. Desta forma, com a capacidade e o potencial de aumento de velocidade da linha do Norte praticamente esgotado, a solução mais adequada passa pela construção de uma nova linha, com um traçado inteiramente novo. Não será possível desenvolver a rede ferroviária do resto do país continuando a ter como tronco principal, ao qual se ligam muitas das restantes linhas, um traçado construído ainda no século XIX.

Quanto vai custar a nova linha e quando estará pronta?

A nova linha de alta velocidade Porto-Lisboa tem um investimento previsto de cerca de 4900 milhões de Euros até 2030.

A Fase 1 compreende o troço entre o Porto e Soure, com um investimento de cerca de 3000 milhões de Euros e conclusão prevista em 2028. 

A Fase 2, entre Soure e o Carregado, tem um investimento estimado de 1900 milhões de Euros e deverá estar concluída até 2030.

A Fase 3, entre o Carregado e Lisboa, tem um impacto pequeno no tempo de viagem, pelo que só deverá ser construída mais tarde. Entretanto, o acesso dos comboios a Lisboa far-se-á pela linha do Norte, que será quadruplicada entre Alverca e Azambuja e terá, assim, capacidade para acomodar os serviços de alta velocidade.

Como vai ser feita a contratação e financiamento desta linha?

A IP propôs ao Estado fazer este projeto em regime de Concessão para Concepção, Construção, Manutenção e Financiamento, tendo fundamentado essa opção com base num conjunto de análises financeiras, técnicas e de risco. De acordo com o procedimento definido na lei, vai ser constituída uma equipa de projeto com a Unidade Técnica de Apoio a Projetos que vai verificar, comparando com a alternativa do setor público, se o modelo de concessão é, de facto, a melhor opção para realizar este investimento e preparar, se for caso disso, todos os procedimentos de contratação. O modelo proposto segue as melhores práticas internacionais.

Para já, serão atribuídos 1000 milhões de Euros de fundos europeus do Mecanismo Interligar a Europa para a Fase 1, com possibilidade de se obter financiamento adicional de forma competitiva.

Quantas estações terá a nova linha?

Além das estações terminais de Lisboa Oriente e Porto Campanhã, que serão ampliadas, os comboios servirão estações intermédias em Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia. Todas as estações estarão em locais centrais, de fácil acesso e com ligação a outros serviços ferroviários e de transportes coletivos.

No caso de Leiria, Coimbra e Aveiro, serão utilizadas as estações existentes, que serão também ampliadas e requalificadas. Nestes casos, o acesso às estações faz-se pelas linhas existentes, a linha do Oeste e a linha do Norte, onde serão também necessárias intervenções de aumento de capacidade. No caso de Gaia, trata-se de uma nova estação subterrânea, num local onde os comboios já circularão a uma velocidade mais baixa, por estarem já perto da estação terminal.

Faz sentido ter uma estação em Gaia, tão próxima do Porto?

Nas redes de alta velocidade, é frequente ter mais do que uma estação a servir uma mesma área metropolitana. Por exemplo, atualmente, os serviços Alfa têm paragens em Lisboa nas estações de Santa Apolónia, Oriente e Entrecampos, e no Porto, em Campanhã e na estação de Gaia-Devesas. Estas paragens não prejudicam significativamente o tempo de viagem total e facilitam o acesso de mais passageiros aos serviços.

A nova estação de Gaia estará localizada em Santo Ovídio, com interface com duas linhas do Metro do Porto. Desta forma, este será um ponto de acesso privilegiado, não só para Vila Nova de Gaia, mas também para a Baixa ou para a parte Ocidental da cidade do Porto.

Quanto tempo vai demorar a viagem entre o Porto e Lisboa?

Com a Fase 1 concluída, o tempo de viagem deverá reduzir-se logo das atuais 2h50 para menos de 2 horas. Após a Fase 2, prevê-se que um comboio sem paragens entre Porto Campanhã e Lisboa-Oriente faça o trajeto em 1h19, enquanto um serviço com 4 paragens (Leiria, Coimbra, Aveiro e Gaia) fará o trajeto em 1h45. É expectável que existam tanto serviços diretos como serviços com algumas paragens ao longo de todo o dia.

A que velocidade irão circular os comboios?

A nova linha Porto-Lisboa tem uma velocidade de projeto de 300 km/h. Esta velocidade foi selecionada de entre vários cenários de forma a permitir um tempo de viagem que seja claramente competitivo com o transporte aéreo e que permita também ligações competitivas entre um leque maior de cidades, que inclui Leiria, Coimbra e Aveiro, mas também Braga, Guimarães, Évora, Faro, Figueira da Foz ou a Guarda, para dar alguns exemplos.

Com a nova linha, a linha do Norte deixará de ter comboios rápidos?

Não, a linha do Norte continuará a ter uma oferta de comboios Intercidades regular ao longo do dia que continuará a servir as estações que atualmente são servidas com tempos de acesso iguais ou melhores do que os atuais.

Quanto vão custar os bilhetes?

O preço dos bilhetes nos serviços de alta velocidade será uma decisão comercial dos operadores. No entanto, tendo em conta que os custos operacionais não serão superiores aos atuais, os bilhetes deverão ter um custo médio semelhante ao dos bilhetes do serviço Alfa.