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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2020-07-10 às 13h41

Trabalho de proximidade tem estabilizado novos casos e reduzido casos ativos

Primeiro-Ministro António Costa faz declaração no final de uma reunião de trabalho sobre a situação da Covid-19 com a Câmara Municipal de Loures, 10 julho 2020 (Foto: Manuel de Almeida/Lusa)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que na generalidade do País «a situação é tranquila», havendo, contudo, «um conjunto de bairros em algumas freguesias da Área Metropolitana de Lisboa onde se verificou uma incidência maior», no final de uma reunião de trabalho sobre a situação da Covid-19 com a Câmara Municipal de Loures.

O Primeiro-Ministro referiu que a maior incidência em 19 freguesias de cinco municípios «determinou a criação de um gabinete de emergência e a criação da resposta de proximidade que permitiu estabilizar o número de novos casos e reduzir o de casos ativos».

Além da situação na Área Metropolitana de Lisboa, há «algumas situações ocasionais, como festas, que geraram focos muito intensos», dando o exemplo da festa de Odeceixe, e «focos muito delimitados em locais de risco acrescido, como lares, o que é preocupante porque se trata de população de elevado risco devido à idade, mas não significa expansão na comunidade», dando o exemplo de Reguengos de Monsaraz. 

Estabilizado aparecimento de novos casos

António Costa sublinhou que a pandemia «está sob controlo no território nacional», sem que se possa, contudo, «desvalorizar que em alguns locais muito precisos há uma taxa de incidência muito elevada».

Com a nova metodologia criada para estes bairros, «conseguiu-se estabilizar aí o aparecimento de novos casos, o que tem reduzido o número de casos ativos, mas seria prematuro aligeirar as medidas» nestes territórios, disse acrescentando que isto «é consensual entre todos os presidentes de Câmara com quem tenho falado».

No dia 13 será feita «uma avaliação global, porque este é um processo dinâmico. E temos de ter em conta que há uma alteração qualitativa de focos muito precisos para uma maior dispersão, o que exige das equipas um esforço acrescido».

O Primeiro-Ministro lembrou que «sempre dissemos que quando fossemos saindo do confinamento para a normalização, o risco de contágio aumentaria».

O Orçamento Suplementar procurou responder às queixas dos autarcas e das populações sobre «a falta de transporte rodoviário que, durante muito tempo, teve uma grande redução na oferta», «com um reforço significativo nas dotações para a compensação financeira às empresas de transporte, que estavam a ser penalizadas por uma quebra significativa das receitas». Isto permitiu à Área Metropolitana de Lisboa «repor 90% da oferta desde 1 de julho».

Falta de critérios uniformes na União Europeia

António Costa referiu-se ainda a ter havido países que desaconselharam viagens a Portugal, afirmando que a União Europeia «tem falhado em ter um critério uniforme sobre as fronteiras internas, que gera as situações mais extraordinárias, até de retaliação. Tem de haver um diálogo sério sobre isto nas instituições europeias e espero que seja rapidamente ultrapassado». 

«A Agência Europeia de Controlo das Doenças tem insistido na necessidade de usar uma multiplicidade de critérios para avaliar a situação nos diferentes países», disse, acrescentando que «é preciso também ter em conta a política diferente que os países seguem em relação aos testes», o que gera discrepâncias nas estatísticas.

Assim, «há países que só testam quem tem sintomas, há outros que testam todos; há países que testam quem vai aos centros de saúde com sintomas ou dizendo que esteve próximo de alguém que foi contaminado, há outros que vão à procura de grupos de risco para fazerem testes…».

Perigoso é não testar

O Primeiro-Ministro apontou o caso da Bélgica, que «compreendeu a diferença de situações em Portugal e fez uma diferenciação regional da sua classificação», e de «outros países têm tido em conta a nossa política de testes».

Com esta política, «conhecemos mais casos, mas temos razões para estar mais seguros porque conseguimos chegar mais depressa às pessoas que devem ficar confinadas e evitar e continuem a contaminar outras», disse, acrescentando que «perigos são os países que não testam».