Saltar para conteúdo
Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2019-11-09 às 18h36

«Tecnologia deve fazer a diferença na projeção da agricultura biológica»

Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, na 4ª edição do i-danha Food Lab, Monsanto, 9 novembro 2019
O Secretário de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Rural, Nuno Russo, esteve na 4ª edição do i-danha Food Lab, em Monsanto, no concelho de Idanha-a-Nova. 

No discurso de encerramento do Dia da Conferência, o Secretário de Estado salientou que «a sustentabilidade é, hoje, algo imperativo, num contexto marcado pelos efeitos inegáveis das alterações climáticas e pela necessidade de adaptação».

No que se refere ao setor agrícola, Nuno Russo afirmou que «as nossas zonas rurais têm capacidade para acolher projetos que honrem essa missão. Projetos que empregam pessoas, atraem mais empreendedorismo, contribuindo para promover o desenvolvimento e a coesão territorial, contrariando o despovoamento e trazendo rejuvenescimento».

Para o Secretário de Estado, uma das prioridades passa pelo reforço da aliança entre a agricultura e a tecnologia e, consequentemente, garantir uma gestão mais sustentável dos recursos disponíveis, bem como uma melhor resposta às necessidades dos consumidores à procura de uma alimentação mais saudável.

Agricultura biológica

Durante a sua intervenção, Nuno Russo fez também uma referência à agricultura biológica, uma vez que a região de Idanha-a-Nova é considerada Biorregião, a primeira de Portugal (existem quatro no total: Idanha-a-Nova, São Pedro do Sul, Alto Tâmega e Margem Esquerda do Guadiana): 

«Trata-se, indiscutivelmente, de um veículo de procura da sustentabilidade, recorrendo à biodiversidade funcional, às variedades regionais, à proteção de conservação e aos outros serviços dos ecossistemas, contribuindo, por exemplo, para que o País vá reduzindo progressivamente o uso de fertilizantes químicos, substituindo pelo uso de fertilizantes orgânicos», disse o Secretário de Estado.

Nuno Russo afirmou ainda que outro aspeto relevante passa pela «procura crescente deste tipo de produtos, nomeadamente por mercados internacionais», um factor que, como refere, pode ajudar «a ancorar outros negócios como, por exemplo, a gastronomia e o turismo em espaçorural, contribuindo para o crescimento económico nacional».

o Secretário de Estado apelou também ao uso da tecnologia, para fazer a diferença na projeção da agricultura biológica e da agricultura tradicional e também na afirmação da pequena agricultura, sendo crucial a promoção da conectividade, em espaços de baixa densidade populacional e relacional, criando condições para a inclusão social. 

Agricultura inteligente

A agricultura de precisão, ou agricultura inteligente, é para Nuno Russo, «um dos rostos dessa aliança entre agricultura e tecnologia», sendo já praticada «em solo nacional, trazendo ganhos de natureza ambiental, económica e social». 

O Secretário de Estado disse ainda que a aposta neste tipo de agricultura é fundamental para atrair os mais jovens e os mais empreendedores, bem como para dar resposta aos desafios demográficos e no combate às desigualdades. 

Com este tipo de agricultura pretende-se trazer «mais fôlego ao desenvolvimento rural e continuar a projetar um País que, com as mãos na terra, quer seguir em frente, alémfronteiras; um País que, também na agricultura, quer construir uma ponte entre a proximidade de sempre e a existência multiplataforma capaz de contrariar distâncias».

Reduzir desperdício agrícolas

O Secretário de Estado destacou ainda a aposta que o Governo quer fazer na «bioeconomia circular, reduzindo os desperdícios da produção agrícola e das agroindústrias, criando novas oportunidades de negócio, reduzindo a acumulação de resíduos e respondendo ao desafio imposto pelas alterações climáticas».

Este «é o caminho para uma agricultura mais sustentável, mais inovadora e mais competitiva. Uma agricultura que quer ser parte da solução e da resposta aos
desafios estabelecidos por este XXII Governo e para estes quatro anos», concluiu.