«Somos chamados a preparar o futuro, enquanto combatemos a pandemia atual»

O Primeiro-Ministro António Costa participou na Cimeira Global de Saúde, tendo destacado que «somos chamados a preparar o futuro, enquanto combatemos a pandemia atual». Na Cimeira, que decorreu virtualmente, o Primeiro-Ministro afirmou a necessidade de reforço da OMS e de um tratado internacional sobre pandemias.

Referindo-se à vacinação contra a pandemia de Covid-19, António Costa afirmou que «devemos concentrar-nos em promover o acesso generalizado às vacinas, expandindo as capacidades de fabricação, evitando engarrafamentos na cadeia de abastecimento e removendo as restrições à exportação».

Importa «agilizar a fabricação e distribuição de vacinas a todos, garantindo a imunização como bem público global», disse, acrescentando que a União Europeia e os seus Estados membros estão a fazer a sua parte «no financiamento de sua produção e distribuição» e na contribuição para a COVAX, estando também «a criar um mecanismo europeu de partilha de vacinas dirigido aos países parceiros».

O Primeiro-Ministro disse também que «devemos lidar com as consequências sociais e econômicas da pandemia», apoiando «a recuperação em novos alicerces, fazendo o melhor uso das tendências e tecnologias já em andamento antes da pandemia: a transição verde e a transformação digital».

Ao mesmo tempo, «devemos dar atenção especial aos mais vulneráveis à crise e às transformações em curso nas economias e nos mercados de trabalho», disse, referindo a Cimeira de Financiamento das Economias Africanas, para afirmar que apenas «com financiamento adequado, os países, especialmente os mais vulneráveis, serão capazes de combater a pandemia e promover a recuperação».

António Costa disse igualmente que «o mundo precisa estar mais bem preparado para prevenir futuras crises de saúde», fortalecendo e reformando a Organização Mundial de Saúde e promovendo «a plena implementação do Regulamento Sanitário Internacional».

«Portugal está também disposto a participar na negociação de um Tratado Internacional sobre Pandemias, no âmbito da OMS e tendo como pedra angular o Regulamento Sanitário Internacional», afirmou.

O Primeiro-Ministro referiu que «a Abordagem Única de Saúde também deve estar no centro de nossas discussões», destacando que «o impacto dos efeitos das alterações climáticas nas doenças transmitidas por vetores deve ser uma prioridade, assim como os desafios colocados pela resistência antimicrobiana».

Lembrando que «a pandemia nos apanhou de surpresa», sublinhou que «aprendemos com a nossa resposta» que «é melhor combater a pandemia juntos do que isoladamente», que «o nacionalismo nas vacinas, as barreiras comerciais e os engarrafamentos da cadeia de abastecimento só piorarão a situação» e que «os nossos Serviços Nacionais de Saúde e seus trabalhadores são a primeira e melhor linha de defesa contra as crises atuais e futuras».

A cimeira foi organizada pela Comissão Europeia e pela Itália, como presidente do G20, e incluiu os dirigentes do G20 (grupo formando pelos Ministros das Finanças e os Governadores do Bancos Centrais das 19 maiores economias do mundo e da União Europeia) e líderes convidados, chefes de organizações internacionais e regionais e representantes de órgãos globais de saúde.

Na cimeira foram partilhadas as lições aprendidas com a pandemia de Covid-19 e trabalhada uma Declaração de Roma acerca dos princípios para uma maior cooperação multilateral e ação conjunta para prevenir futuras crises globais de saúde e para um compromisso conjunto com a construção de um mundo mais saudável, seguro, justo e sustentável.