O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, afirmou que a segurança e a defesa da União Europeia estão «mais fortes do que em janeiro de 2021».
«Globalmente, vejo com muita satisfação a forma como a nossa presidência foi acolhida, a liderança que demonstrámos ao longo destes seis meses foi bem recebida», disse o Ministro em declarações à agência Lusa em jeito de balanço do semestre da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia.
João Gomes Cravinho assinalou o desenvolvimento de uma missão de formação militar da União Europeia em Moçambique como um dos temas que marcará o semestre português.
«É fundamental que a União Europeia dê o apoio necessário a países africanos, neste caso Moçambique, para poderem enfrentar o flagelo do terrorismo - se não o fazemos agora, daqui a um ano ou dois será muito mais difícil. Creio que esse argumento foi bem compreendido pelos Estados-membros», disse o Ministro sobre uma missão que será formalizada a 12 de julho.
As relações entre União Europeia e África foram outra das prioridades da presidência destacadas por Gomes Cravinho, que sublinhou que Portugal organizou «pela primeira vez uma reunião com representantes das organizações regionais africanas».
«Os Estados-membros perceberam bem que no continente africano temos alguns dos nossos maiores desafios e não basta falarmos entre nós sobre aquilo que podemos fazer em África, é fundamental falar com os representantes legítimos das organizações africanas», acrescentou.
O Ministro disse ainda que o lançamento do Fundo Europeu da Defesa foi um marco histórico. Este fundo, que contará com uma dotação financeira de cerca de 7,9 mil milhões de euros até 2027, tem por objetivo geral promover a competitividade, eficiência e capacidade de inovação da base tecnológica e industrial de defesa europeia em toda a União, contribuindo para a sua autonomia estratégica, por meio do apoio a ações de colaboração e à cooperação transfronteiriça entre entidades jurídicas da UE, em particular Pequenas e Médias Empresas e empresas de média capitalização.
«O FED tem dois programas precursores cujos resultados foram anunciados hoje e empresas portuguesas tiveram uma muito elevada taxa de sucesso nesses concursos. (…) Fomos o sexto país, em termos de participação com sucesso de empresas em candidaturas, o que é muito bom», disse.