O Ministro de Estado e das Finanças, João Leão,
afirmou que a redução do défice para 2,8%, em 2021, consolida a trajetória das contas certas e coloca Portugal no pequeno grupo de países da União Europeia com défice inferior a 3%.
«Os
resultados hoje conhecidos consolidam a trajetória de contas certas dos últimos seis anos», referiu João Leão, numa conferência de imprensa em Lisboa, após Instituto Nacional e Estatística (INE) ter divulgado que o défice das Administrações Públicas caiu para 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, inferior à meta do Governo. O Ministro referiu também a forte recuperação da economia, que em 2021, cresceu 4,8%.
Mercado de trabalho e dívida pública
João Leão destacou também «a evolução notável do mercado de trabalho no contexto atual», no qual «o emprego manteve uma resiliência extraordinária, apesar da crise pandémica»:
«Com efeito, em 2021 o emprego já superou, em 0,6%, o valor de 2019, atingindo o nível mais elevado desde 2011. Por seu turno, a taxa de desemprego atingiu o valor mais baixo dos últimos 18 anos» detalhou.
O Ministro disse ainda que «os apoios massivos concedidos» para responder à Covid-19, «deram um contributo fundamental para a evolução do mercado de trabalho», apesar da «queda muito acentuada do PIB».
Sobre a diminuição da dívida pública - que passou de 135,2%, em 2020, para 127,4%, em 2021 - João Leão afirmou que se trata da maior «queda percentual da dívida pública desde, pelo menos, a Segunda Guerra Mundial», colocando assim o País «numa situação mais favorável para enfrentar o futuro próximo que, como sabemos, tem muitos fatores adicionais de incerteza».
Programa de estabilidade
O Ministro apresentou ainda, na sua intervenção, as previsões do Programa de Estabilidade 22/26, que será ainda hoje entregue na Assembleia da República:
«Os resultados de 2021 criam expetativas positivas para os próximos dois anos. Para 2022 e 2023 estima-se a continuação de uma forte recuperação económica pós-pandémica, com crescimento previsto de 5%, este ano, e de 3,3%» disse, acrescentando que tal se deve aos efeitos da recuperação pós-covid e ao impulso do Programa de Recuperação e Resiliência.
Relativamente ao saldo orçamental, João Leão afirmou que, até 2023, o mesmo deverá evoluir para próximo do equilíbrio verificado antes da pandemia, garantindo-se assim «a continuação da trajetória de convergência com a União Europeia, que se iniciou em 2016».
O Ministro referiu também que «o efeito conjugado do crescimento económico e da melhoria do saldo orçamental conduz à projeção de que a dívida pública, poderá atingir um valor próximo dos 100 %, em 2026».