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2021-06-01 às 17h06

Recuperação escolar «é um grande desafio que a sociedade tem nos próximos dois anos»

Plano de Recuperação de Aprendizagens 21 | 23 Escola+
Primeiro-Ministro António Costa e Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, com alunos da Escola Azevedo Neves, Amadora, 1 junho 2021 (foto: António Pedro Santos/Lusa)
A recuperação das aprendizagens escolares «é um grande desafio que a sociedade tem nos próximos dois anos», disse o Primeiro-Ministro António Costa na apresentação do Plano 21|23 Escola+, pelo Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, na Amadora.

O Primeiro-Ministro acrescentou que «a recuperação da pandemia passa por garantir que as crianças que, ao longo destes dois anos, foram afetadas no seu processo de formação, possam recuperar» para que, «depois do ano letivo de 22/23, estas crianças possam construir as suas vidas nas mesmas condições das outras».

«Este é um grande desafio que a escola pública tem de assegurar: que quem nela entra tem todas as oportunidades dos que frequentam qualquer escola, qualquer que seja o seu meio familiar ou as suas condições económicas», sublinhou.

Sequela da pandemia

António Costa lembrou que «a interrupção do ensino presencial teve consequências no desenvolvimento das crianças, na sua aprendizagem, no seu desenvolvimento enquanto pessoas e enquanto cidadãos, e na aquisição dos conhecimentos. Este impacto foi tanto maior quanto maiores eram as carências das crianças, sejam carências pessoais ou sociais. E foi um fator para agravar desigualdades».

Além das sequelas de saúde, «uma das sequelas que a pandemia deixou, a mais grave e duradoura, era a que podia atingir toda uma geração de crianças, em particular as que estão nas fases de transição de ciclo, o terceiro ano (os que apanharam os primeiro e segundo anos nesta situação estranha), e os primeiros anos».

O Governo decidiu «que era fundamental alocar recursos para, nos próximos dois anos letivos, apoiar as comunidades educativas no esforço de recuperação de aprendizagens» que já estão a fazer. 

Descentralização, autonomia e flexibilidade

O Primeiro-Ministro afirmou que «a metodologia escolhida é clara e passa pela aposta simultânea na descentralização, na autonomia e na flexibilização, o triangulo virtuoso do sucesso da transformação da escola».

A descentralização, pelo «seu enraizamento na comunidade», a autonomia, pela «confiança que é depositada nos professores e nos auxiliares para gerirem e transformarem a escola e a adaptarem à realidade das crianças no território onde estão», e a flexibilidade, «porque o ensino não pode ser espartilhado, tem de ser transversal, porque estamos a formar pessoas que têm de ser especialistas na capacidade de aprender e reaprender ao longo da vida».

António Costa sublinhou que «grande parte das profissões do futuro ainda não foram inventadas, pelo que temos de formar pessoas para poderem ter profissões que não sabemos quais vão ser. Por isso, a flexibilidade é a forma de preparar as pessoas para a realidade que é a vida», que nos «exige a integração de todos os saberes e conhecimentos».

«Esta é a metodologia mais acertada para este programa de recuperação, que não é para fazer nada de novo, é para fazer melhor através da descentralização, da autonomia e da flexibilização curricular», disse.

Recuperar em cada escola

O Primeiro-Ministro lembrou a discussão sobre como deveria ser feita a recuperação e afirmou que a decisão «não foi prolongar os períodos letivos nem aumentar as cargas horárias, foi dotar as escolas de recursos à medida das necessidades das estratégias de recuperação que definiram.» 

«Mais recursos pedagógicos, acelerar a transição digital, reforçar os mecanismos de flexibilização e a integração entre o ensino mais tradicional e a incorporação curricular da aprendizagem de modalidades desportivas, da dança, das artes», referiu. 

António Costa disse que «esta integração curricular deixa de ser uma ocupação de tempos livres, faz parte do processo de formação das crianças e é objeto de certificação. Completarão o seu percurso não só com o diploma de matemática e português, mas também com o de treinador de judo ou de professor de dança, ou no domínio do ensino profissional, da oferta múltipla que a escola tem».