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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2021-07-28 às 14h11

PRR de Portugal é o que tem maior proporção de apoios às empresas

Sessão «Desafios e Oportunidades do Plano de Recuperação e Resiliência»
Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, na sessão «Desafios e Oportunidades do Plano de Recuperação e Resiliência», na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real, 28 julho 2021
Portugal é, «entre os países da União Europeia com Plano de Recuperação e Resiliência apresentados, o que tem maior proporção de apoios às empresas e o único que tem um apoio à capitalização e ao investimento produtivo, que são défices específicos da nossa economia», disse o Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira.

O Ministro apresentava o plano na sessão «Desafios e Oportunidades do Plano de Recuperação e Resiliência», na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Vila Real.

Siza Vieira disse que «a ideia do PRR português é acelerar os aspetos positivos que temos na nossa economia através de reformas e investimento que nos ajudem a superar os desafios estruturais», destacando:

  • «Acelerar o processo de transferência de conhecimento e tecnologia do sistema científico e tecnológico para as empresas»;
  • «Ultrapassar o défice crónico de financiamento das empresas para investimento produtivo»;
  • «Ultrapassar os problemas criados pela reduzida dimensão das empresas, que acarreta menor produtividade e mais baixa qualificação da gestão»;
  • «Reforçar as qualificações da população ativa»;
  • «Caminhar para uma economia com mais baixa intensidade carbónica, e melhorar o ambiente de negócios e a justiça económica».
Exportações cresceram 50%

O Ministro referiu que se diz «muitas vezes que o crescimento económico está estagnado desde o início do século XXI, que os crescimentos de produtividades têm sido medíocres», e que «sendo tudo isto verdade, esconde realidades diferentes».

Portugal teve «crescimentos débeis durante a primeira década do século», «duas crises que reduziram o Produto Interno Bruto e a produtividade», mas «tem também tendências de futuro que devemos estimular». 

Assim, «na última década, o valor das exportações cresceu 50%, tendo passado de 60 mil milhões de euros em 2011 para mais de 90 milhões em 2019. O turismo é responsável por menos de um quinto deste crescimento», que aconteceu porque «mais empresas passaram a exportar mais produtos para mais mercados», disse. 

Aumento das exportações de alta tecnologia

Siza Vieira referiu também que «o crescimento da quota de mercado na zona euro foi superior a 10%», que «produzimos mais bens de alta e média-alta tecnologia», pelo que «em 2011, 35% das nossas exportações eram de alta ou média-alta tecnologia e passaram para mais de 40% em 2019». 

«A pandemia provocou uma quebra histórica» tanto no produto interno bruto como nas exportações, mas o movimento de crescimento das exportações continua, uma vez que «entre janeiro e junho de 2021, as empresas portuguesas exportaram mais bens do que no mesmo período de 2019».

Depois da crise de 2011, aumentou o investimento produtivo e houve um aumento da incorporação da despesa em investigação e desenvolvimento na nossa economia, disse ainda.

PRR é acelerador de mudança

O Ministro apontou os desafios que Portugal enfrenta na próxima década, destacando a necessidade de «assegurar o crescimento sustentado da economia, sobretudo através do crescimento da produtividade assente na inovação e nas qualificações» e de «aproveitar o potencial dos setores tradicionais investindo na inovação e nas qualificações e no acesso aos mercados globais». 

Destacou ainda a importância de captar recursos humanos para a fileira das tecnologias digitais – «na qual Portugal está excecionalmente bem colocado» - que «se confronta com a escassez de recursos humanos qualificados em todo o mundo para responder à procura cada vez maior que se vai gerar, porque as tecnologias digitais são as que nos vão permitir ter uma atividade económica mais eficiente, menos extrativa de recursos da natureza, e gerar oportunidades de trabalho para pessoas cada vez mais qualificadas à medidas que em setores mais tradicionais vamos substituindo pessoas por automação ou tecnologias digitais».

Para enfrentar estes desafios, Portugal tem «o instrumento que a Europa colocou à nossa disposição, Next Generation EU, que se declina em planos nacionais de recuperação e resiliência», disse, acrescentando que «o PRR é um acelerador das transformações estruturais da nossa economia e um instrumento complementar dos instrumentos financeiros que temos à disposição: concluir o Portugal 2020 e dar execução ao Portugal 2030».

Projeto de investimento

O Ministro presidiu também à assinatura do contrato de investimento entre a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal) e o consórcio liderado pela Continental Advanced Antenna Portugal no valor de 10 milhões de euros.

O projeto visa a criação de novo conhecimento técnico-científico de ponta nas áreas das tecnologias de digitalização e computação, cibersegurança, relação simbiótica Homem-máquina e Homem-fábrica, integrados com sistemas híbridos, com o objetivo de desenvolver novos produtos de alta intensidade e fiabilidade tecnológica, que, integrados, permitirão a criação da fábrica do futuro da Continental Advanced Antenna.

O projeto prevê a criação de 29 empregos altamente qualificados e a criação de 34 bolsas de investigação.