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2020-02-21 às 13h49

Processo de criação do Arquivo Nacional do Som avança

Ministros da Cultura, Graça Fonseca, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, na assinatura do protocolo no âmbito da criação do Arquivo Nacional do Som, Lisboa, 21 fevereiro 2020 (foto: João Bica)
A Fundação Inatel vai fazer um inventário de todos os documentos de som na posse das 2 500 entidades suas associadas, para identificar, salvaguardar e valorizar este património, que é um dos mais importantes do País.

Esta fundação e a Equipa Instaladora do Arquivo Nacional do Som assinaram um protocolo que se insere no projeto de criação de um arquivo que guarde, preserve e disponibilize para consulta documentos sonoros.

O protocolo prevê a realização de um inquérito junto das cerca de 2 500 associações do Inatel para inventariar os seus documentos sonoros, filmes, discos ou gravações em vários suportes.

As entidades associadas ao Inatel abrangem áreas tão diversas como associações de etnografia, de desporto, sociedades musicais, bandas filarmónicas, e teatros musicais.

Criar um arquivo de memória

O Ministro da Ciência e do Ensino Superior, Manuel Heitor, disse que a recuperação e proteção do património sonoro é uma «questão crítica para conhecer melhor Portugal, os portugueses e a cultura portuguesa», dando «mais um passo para no futuro dignificar a nossa memória através do som».

A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, referiu que Portugal é um dos poucos países da Europa que não tinha ainda um arquivo de som, estando as duas áreas de Governo a trabalhar para encontrar um local onde exista uma estrutura tecnológica para instalar o arquivo.

A equipa instaladora do Arquivo Nacional do Som, criada há um ano, tem feito o trabalho de recenseamento, de identificação de boas práticas, e de «contactar com instituições e com arquivos importantes que têm de ser recenseados», disse Graça Fonseca.

O protocolo assinado é «importante para fazer o inquérito para um recenseamento rigoroso e cuidado do que existe, do que está em mais ou menos risco, e perceber qual a prioridade para as primeiras ações de reabilitação e preservação do espólio do som», disse.

A Ministra apontou ainda duas áreas a trabalhar no âmbito deste projeto, a primeira das quais – que constitui «a parte menos visível e mais de trabalho de formiguinha» – é a inscrição na rede europeia internacional de equipas congéneres de arquivo de som.

A segunda prioridade, que é também a parte mais visível, é instalar o Arquivo Nacional do Som, que «precisa de uma estrutura tecnológica, mas que tenha presença física, para que qualquer pessoa que queira saber mais sobre um registo sonoro, ou investigadores, ou realizadores do cinema e audiovisual», possam aceder e consultar.

Arquivo Nacional do Som

A equipa do Arquivo Nacional do Som foi criada em fevereiro do ano passado, e está a trabalhar desde março de 2019. Em julho foi constituído o Conselho Consultivo, que integra o etnomusicólogo António Tilly, o responsável pela Área de Conteúdos Rádio da Subdireção de Arquivo da RTP, Eduardo Leite, o musicólogo Paulo Ferreira de Castro, a investigadora e diretora do Museu do Fado, Sara Pereira, e a professora catedrática de Etnomusicologia, Salwa Castelo-Branco.

Em setembro, foram lançadas as bases para esse arquivo, com a apresentação do plano estratégico para a sua instalação.

O Arquivo será uma estrutura técnica e tecnológica que permita arquivar, preservar e disponibilizar o património fonográfico português, recorrendo aos arquivos dispersos existentes, mas também a entidades públicas ou privadas que detenham registos áudios passiveis de serem registados e guardados.