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2020-12-11 às 11h10

Portugal vai formar militares de Moçambique e apoiar logística

Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, e Ministro da Defesa de Moçambique, Jaime Neto, na visita a Moçambique, 11 dezembro 2020
O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, afirmou que Portugal vai apoiar Moçambique na organização logística e capacitação de militares, para fazer face aos grupos rebeldes que têm protagonizado ataques armados na província de Cabo Delgado, em Moçambique.

«A partir do início de janeiro virá uma equipa de militares portugueses para trabalhar com o Estado-Maior General das Forças de Defesa e Segurança de Moçambique no desenho do projeto, que queremos que comece muito rapidamente», disse João Gomes Cravinho, no último dia de uma visita de trabalho a Moçambique, numa declaração à agência de notícias Lusa.

O Ministro referiu também que a formação será feita em Moçambique e vai abranger as forças de intervenção rápida, forças especiais, fuzileiros e militares da área do controlo aéreo tático, tendo sido definidas como as  «áreas de interesse específico» a ciberdefesa, a cartografia, a hidrografia e a cooperação industrial de defesa.

Terrorismo em Moçambique

Sobre o terrorismo no norte de Moçambique, João Gomes Cravinho afirmou que o mesmo tem algumas especificidades locais e o primeiro elemento importante para travar as incursões destes grupos é conhecer o inimigo, sendo «fundamental perceber aquilo que vem de fora e aquilo que se desenvolveu com raízes nacionais»

O Ministro disse ainda que durante a presidência da União Europeia - no primeiro semestre de 2021 - Portugal vai procurar reforçar o pedido de apoio já feito por Maputo a Bruxelas.

Logo no primeiro dia da visita, em Maputo - onde esteve reunido com o seu homólogo, Jaime Neto - João Gomes Cravinho tinha afirmado que os desafios particulares de Moçambique «são também desafios que dizem respeito a Portugal e às relações de amizade entre os dois países». 

A província de Cabo Delgado está, há três anos, sob ataque de insurgentes, tendo algumas incursões sido reivindicadas pelo grupo jihadista Estado Islâmico desde 2019. 

Esta onda de violência está a provocar uma crise humanitária, com mais de duas mil mortes e 560 mil pessoas deslocadas, sem habitação nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.

Durante a visita foram ainda para debatidos aspetos ligados à resposta à Covid-19, tendo Portugal manifestado abertura para apoiar Moçambique no seu plano nacional de vacinação.

Moçambique e Portugal têm um acordo de cooperação na área da defesa desde 1988.