Portugal vai enviar ajuda humanitária para os migrantes que se encontram na fronteira entre Grécia e Turquia, mas «não participará em ações de contenção em fronteiras terrestres», afirmou o Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.
O Ministro falava no final de uma reunião extraordinária de ministros do Interior da União Europeia (UE) para discutir a crise de migrações nas suas fronteiras externas, em particular na Grécia, depois de a Turquia ter decidido «abrir as portas» da Europa aos refugiados.
Eduardo Cabrita referiu também a total solidariedade da UE para com Bulgária, Chipre e, sobretudo, Grécia, o país mais pressionado pela nova crise migratória.
«Concordamos com esta solidariedade e é por isso que disponibilizamos já, ao abrigo do Mecanismo Europeu de Proteção Civil, tendas de campanha, cobertores, kits de higiene pessoal, que se destinarão aos migrantes que se encontram na fronteira grega», disse, acrescentando que Portugal não foi o único País a manifestar esta solidariedade.
O Ministro referiu também a «importância do respeito pelos princípios de direito internacional e pelos princípios humanitários» e que «por isso, não participará em ações de contenção em fronteiras terrestres». Relembrou que Portugal «tem uma participação, que é conhecida, com a presença do SEF, da Polícia Marítima, da Guarda Nacional Republicana nas ilhas gregas, com uma preocupação de defesa de fronteira, mas também salvaguarda de princípios humanitários».
Os migrantes «são de facto os últimos culpados daquela que é a sua utilização neste momento pela Turquia enquanto forma de pressão sobre as instituições europeias», acrescentou.
A crise que se vive atualmente na fronteira entre a Grécia e a Turquia vai também ser discutida pelos chefes da diplomacia da União Europeia, numa reunião em Zagreb e na qual participará o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.