O Primeiro-Ministro António Costa esteve reunidos com os Chefes de Governo de Itália, Mário Draghi, de Espanha, Pedro Sanchez, e da Grécia, Kiriakos Mitsotakis, em Roma, para estabelecerem uma proposta comum de medidas para controlar os preços das energias, a apresentar ao Conselho Europeu de 24 e 25 de março.
António Costa afirmou que os quatro países querem que, na reunião dos Chefes de Estado ou do Governo da União Europeia, sejam tomadas «decisões concretas que sejam imediatamente aplicáveis e que respondam às necessidades das famílias e das empresas para que a coesão social e o esforço de recuperação em curso não sejam postos em causa».
O Primeiro-Ministro afirmou que «só uma Europa forte continuará a ter força para prosseguir o apoio à Ucrânia, só uma Europa forte terá capacidade de reforçar o seu investimento em segurança e em defesa para garantir a paz. Para isto, temos de responder ao tema da energia no curto prazo».
«Para que isto seja possível, a questão central é controlar o preço do gás e impedir a contaminação do preço da eletricidade pela explosão do preço do gás», disse, acrescentando que grupos de trabalho dos quatro Governo estiveram a fazer trabalhos técnicos «e hoje encontrámos um ponto de entendimento comum sobre a melhor forma de criarmos unidade entre os 27 Estados membros e com o apoio da Comissão Europeia».
O Primeiro-Ministro disse ainda que os Ministros responsáveis pela energia de Portugal, Espanha, Itália e Grécia foram mandatados «para prosseguirem o trabalho ao longo desta semana», sendo também continuado «o esfoço diplomático junto dos nossos colegas» dos outros países da União Europeia.
Exemplo da pandemia
Na conferência de imprensa final da reunião de Roma, onde o Primeiro-Ministro grego esteve por videoconferência por estar contaminado com Covid-19, António Costa referiu que a pandemia foi «um bom exemplo de como a Europa pode, em conjunto, responder a crises globais».
«Soubemos responder através da aquisição conjunta de vacinas, soubemos agir com medidas de estabilização económica que nos permitiram ultrapassar esta crise muito mais rapidamente do que a crise anterior, estando todos os países europeus a crescer e com uma taxa de desemprego inferior que existia antes. E soubemos responder também de forma estratégica, com o programa
NextGenenrationEU que procura responder aos grandes desafios das transições digital e climática», lembrou.
Unidade na resposta
O Primeiro-Ministro afirmou que «este espírito de unidade tem também marcado a forma como a Europa tem respondido à guerra desencadeada pela Rússia com a invasão da Ucrânia», apontando «as sanções aplicadas à Rússia», «as diversas formas de apoio à Ucrânia», e «a solidariedade para com os milhões de ucranianos que procuram proteção internacional».
Agora, «temos também de responder conjuntamente às consequências económicas e sociais desta guerra» e, «para o fazermos, há a questão central da energia».
Se, por um lado, há «uma dimensão estratégica de desenvolvimento das energias renováveis e das interligações, de diversificar as fontes e as rotas da energia», que está incluída no programa Nova Geração UE, «temos de ter, também, uma resposta de curto prazo», disse, agradecendo ao Presidente do Conselho de Ministros de Itália, Mario Draghi, por ter organizado a reunião dos quatro países em Roma.