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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2021-10-19 às 18h17

Portugal deve fomentar diálogo e a cooperação entre nações do Atlântico

Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, em seminário organizado pelo Centro do Atlântico, Lisboa, 19 outubro 2021 (foto: João Bica)
Portugal deve fazer o melhor uso possível das suas boas relações com todas as nações do Atlântico para fomentar o diálogo e a cooperação, disse o Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, num seminário organizado pelo Centro do Atlântico, em Lisboa.

Este «é um desafio ambicioso, mas oportuno. Nunca foi feito antes, mas os tempos que vivemos obrigam-nos a juntarmo-nos», pois o contexto internacional «continua a mudar rapidamente e dramaticamente», sendo necessário que os países «se adaptem e utilizem da melhor maneira possível as ferramentas que garantem relações pacíficas», contribuindo assim «para a paz e segurança global». 

Entre os desafios identificados no Atlântico, Gomes Cravinho destacou o «combate a atividades criminais e ilegais que minam a segurança e o bem-estar das populações», os «potenciais impactos negativos da crescente rivalidade geopolítica» e a «gestão dos impactos humanos das alterações climática». 

«É, por isso, de um interesse vital afirmar a centralidade e o papel único do Atlântico na economia global, nas relações internacionais, na luta contra as alterações climáticas e como uma região
de relações pacíficas e de cooperação», disse. 

Centro de diálogo

Referindo que o desenvolvimento de «projetos comuns que respondam às necessidades de todos os envolvidos, irá levar tempo e será desafiante», o Ministro disse que, ao desenvolver o Centro do Atlântico, o Governo investiu no longo prazo, prevendo que o Centro dure várias décadas. 

O Centro é um compromisso do Governo para «liderar o desenvolvimento de uma plataforma multilateral de diálogo e cooperação entre todas as nações atlânticas». 
«É nossa responsabilidade utilizar da melhor maneira possível as relações boas, de longa data, que Portugal tem com todas as nações do Atlântico para promover o diálogo e a cooperação», sublinhou. 

Diálogo, conhecimento e capacidade

Numa declaração à Lusa, Gomes Cravinho salientou a criação do diálogo e de projetos passa por três planos. 

O plano político, que visa criar diálogo entre os Governos sobre a governação do Atlântico; a colaboração nos planos das instituições de investigação, para «que haja partilha de conhecimento e troca de ideias no plano Atlântico sobre o Atlântico»; e a «criação de capacidades, por exemplo, na costa ocidental africana, para lidar com os problemas do mar nessa região». 

Lembrando que os grandes temas do Atlântico não respeitam fronteiras, Gomes Cravinho salientou que «há manifestamente falta de diálogo e de entendimento» entre os países, o que é uma ilustração clara da necessidade do Centro do Atlântico. 

União Europeia

Na União Europeia, começa a haver uma maior sensibilidade no que se refere à importância da segurança marítima nas prioridades de defesa, mesmo de países que não têm costa, porque «as suas importações e exportações muitas vezes são transportadas por mar», havendo «há alguns países, como Portugal, muito mais vocacionados para o mar».

Todavia, «na versão final da Bússola Estratégica [documento estratégico de defesa da UE, que deverá estar pronto em março de 2022], se dará uma relevância bastante significativa à segurança marítima», disse. 

Lançado em 2019, o Centro do Atlântico está atualmente a operar no Instituto de Defesa Nacional, em Lisboa, prevendo-se que, em 2022, possa ficar sediado na ilha da Terceira, nos Açores.