A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que Portugal deve promover a alteração dos «tradicionais critérios que levam à criação de tribunais, que levam à ampliação de centros de saúde e escolas» porque «não há desenvolvimento do Interior enquanto forem estes os critérios a presidir às decisões políticas.
Na Guarda, na sessão comemorativa do Dia da Cidade, a Ministra sublinhou que enquanto estes critérios não forem mudados, «os territórios do Interior vão sair sempre a perder».
Ana Abrunhosa referiu que a alteração dos critérios «é a primeira grande mudança que tem de ser feita», sob pena de Portugal se tornar um país abandonado, levantando depois futuros problemas como a resposta aos incêndios.
A Ministra declarou que se o critério da população continuar a presidir à escolha do local dos serviços, «estes territórios estão sempre condenados e, portanto, vão estar sempre a perder população». «Nunca vamos conseguir contrariar este círculo vicioso», acrescentou.
De acordo com Ana Abrunhosa, que estudou na Guarda, grande parte da transformação e da revitalização destes territórios terá de ter como âncora cidades como a Guarda. «Depois, também não podemos esquecer os territórios rurais, para os quais temos de ter projetos concretos», disse.
Medidas transversais como a redução das portagens nas autoestradas e dos impostos para as famílias e para as empresas são importantes, mas Ana Abrunhosa frisou ainda que o Interior é muito diverso e exige um olhar atento às suas especificidades.
Foi também por isso que há agora uma área de governação para a Coesão Territorial, «para garantir que o Interior está próximo, que o Interior tem uma voz, que o Interior será ouvido».
Depois da sessão comemorativa do Dia da Cidade, a Ministra esteve presente no lançamento da primeira pedra dos Passadiços do Mondego, numa cerimónia que também contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro. A obra representa um investimento de três milhões de euros.