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2020-10-29 às 20h43

Países da União Europeia terão estratégia nacional de vacinação contra Covid-19 em novembro

Primeiro-Ministro António Costa faz declaração no final do Conselho Europeu de coordenação do combate à pandemia, Lisboa, 29 outubro 2020 (foto: António Cotrim/Lusa)
«Durante o mês de novembro, todos os países terão de ter a sua estratégia nacional de vacinação, e teremos todos de montar uma operação logística bastante complexa para que haja, no mais curto espaço de tempo, a distribuição e aplicação de milhões de vacinas em toda a União», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa numa declaração após o Conselho Europeu por videoconferência destinado a apreciar a situação da pandemia de Covid-19 e a coordenar políticas.

Na reunião, «a Comissão Europeia informou que estão a ser desenvolvidos os três contratos que já assinou e os quatro que tem em negociação para disponibilização das vacinas nos próximos meses», disse, referindo também que a distribuição será feita em função da população de cada país.

António Costa sublinhou que «em toda a Europa a pandemia está a sofrer um fortíssimo crescimento, colocando sob pressão todos os sistemas de saúde», tendo os Chefes de Estado ou de Governo decidido «incrementar a troca de informações entre todos os Estados membros, sobre as diferentes medidas que vão adotando e o sucesso que vão tendo». 

O Conselho examinou, além da vacinação, outros três temas.

Testes e apps

O primeiro, foi «a necessidade de complementar os testes de diagnóstico PCR com a utilização massiva de testes antigénio rápidos, como os que iremos colocar em Portugal a partir do dia 9 de novembro, e a necessidade de haver reconhecimento mútuo sobre a validade dos diferentes testes, para acelerar a testagem e a possibilidade de isolamento de quem teste positivo». 

«São testes mais baratos e rápidos, que dispensam capacidade laboratorial e podem permitir detetar o mais rapidamente possível, as situações de infeção», disse.

O segundo, «foi um apelo muito forte da Comissão Europeia ao desenvolvimento de aplicações como a Stayaway Covid, para assegurar a traçabilidade dos contágios e poupar o esforço enorme que está a ser feito em todos os países para rastrear as candeias de contágio. Se algum de nós for avisado pela aplicação de que esteve próximo de alguém infetado, isso poupa muito trabalho aos rastreadores que estão sob muita pressão», afirmou.

«Houve um grande elogio à Grécia e à Irlanda que já atingiram 70% de cobertura da sua população com este tipo de aplicações», disse ainda.

A Comissão Europeia «quer concluir até final de novembro a interoperabilidades de todas as aplicações, de modo a que, na circulação entre países, todos possam continuar protegidos como estamos em cada um dos países com a sua própria aplicação».

Fronteiras

O último, que «foi reafirmado por todos o objetivo de não haver encerramentos de fronteiras, de as manter a funcionar e de prosseguir estas reuniões extraordinárias para que todos possamos trabalhar coordenadamente para procurar travar esta subida muito significativa da pandemia que está a verificar-se em todos os países», disse. 

A Comissão Europeia comunicou também ao Conselho que vai «promover a constituição de uma comissão científica integrando peritos de todos os Estados membros para melhor aprofundar o conhecimento sobre a Covid-19».

Finalmente, o Conselho «manifestou a sua solidariedade com a França perante os ataques terroristas de que tem sido vítima».

Sobre a situação nacional, o Primeiro-Ministro disse que «não excluímos à partida nenhuma medida possível, mas entendemos que devemos adotar as medidas que perturbem o mínimo possível a vida pessoal, social e económica».

«Estamos perante uma corrida de longo curso e, portanto, não podemos gastar todo o esforço nem todas as medidas nos primeiros momentos». A melhor estratégia é ir «adotando as medidas ao longo do tempo em função da necessidade», acrescentou.