O Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita,
afirmou que o País está mais bem preparado para enfrentar a época de fogos florestais, devido à redução de fogos de grandes dimensões conseguida desde 2017.
O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, por sua vez, referiu que a pandemia perturbou os planos iniciais e que os programas de ação e que os mesmos só deverão estar aprovados no próximo outono para, entrarem em vigor a partir do início do próximo ano.
«Cá estaremos em outubro e novembro a fazer, com a mesma transparência, o balanço de 2020», afirmou João Pedro Matos Fernandes, acrescentando que medidas como: as alterações na gestão da floresta, na limpeza de propriedades - que vêm antes do combate a incêndios - são ações que «muitas vezes, só têm efeitos a médio prazo, em alguns casos a longo prazo».
Eduardo Cabrita disse também que «é nesta dimensão que estamos a mudar o sistema», que «estas transformações são profundas», e que o risco existente foi agravado pelas alterações climáticas.
O Ministro da Administração Interna afirmou ainda que o ano de 2020, conforme previsões da meteorologia, «vai ser um ano difícil», uma vez que em 2018 e 2019 houve temperaturas recorde, nomeadamente na primeira quinzena de agosto de 2018 e em setembro de 2019 e que, mesmo assim, nesses anos, se conseguiu uma redução do número de ignições (menos 49% que na década anterior) e de área ardida (menos 71%).
Eduardo Cabrita disse também que a melhor homenagem que se pode prestar às vítimas dos incêndios de 2017 é «não descansar sobre os resultados de 2018 e 2019».
Mais meios
No dispositivo de combate montado, os números apresentados no plano incluem um aumento de 21% nos efetivos ao serviço durante a fase mais crítica dos incêndios, que passam a ser 11.825. Há ainda 60 meios aéreos (mais 25% que em 2017) contratados a quatro anos, e 329 equipas profissionais de bombeiros já espalhadas pelo território, sendo ainda criadas mais 40 este ano.
Relativamente à participação da GNR no dispositivo de combate, a mesma aumentou de 500 para 1.200 efetivos em unidades de Emergência, Proteção e Socorro.
O Ministro da Administração Interna relembrou ainda que os bombeiros profissionais vão passar a receber 54 euros (mais quatro) e que o subsídio de alimentação, durante a fase de combate, foi aumentado 10%.
Quanto ao sistema de comunicação de emergência, o SIRESP, está desde de dezembro Eduardo Cabrita disse que o mesmo está «a ser gerido publicamente» e teve um reforço de 400 antenas satélite.
Relativamente às medidas para melhor gerir a floresta, João Pedro Matos Fernandes destacou os 100 milhões de euros (mais 45 milhões) do Fundo Ambiental para pagar serviços de ecossistemas – como o «plantar e gerir» – aos proprietários florestais em contratos a 15 ou 20 anos.