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2021-06-16 às 16h22

«Não há vacina contra as alterações climáticas»

Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fenrandes, durante o debate sobre política setorial na Assembleia da República, Lisboa, 16 junho 2021 (Foto: João Bica)
O Ministro do Ambiente e da Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, destacou que «não há vacina contra as alterações climáticas» durante o debate sobre política setorial na Assembleia da República.

«Não podemos continuar a achar que os objetivos podem ser atingidos sem qualquer esforço do setor privado, do setor público, dos municípios ou dos cidadãos», afirmou, sublinhando que «tem de haver ambiente para lá da área governativa do ambiente».

Matos Fernandes realçou os «desafios fundamentais relacionados com a poluição e recursos» que Portugal terá de atravessar, pelo que será necessário tomar opções como a penalização do desperdício material, a proibição da deposição de biorresíduos e recicláveis em aterro e a instituição da sua recolha e valorização dedicada».

«É preciso reconhecer que a mitigação e a adaptação às alterações climáticas são condição necessária, porém não suficiente, para atender aos desafios que hoje enfrentamos: nos resíduos, na produção e consumo sustentável, na escassez de recursos, na cidadania responsável», disse.

O Ministro salientou ser «necessário perceber que foram décadas a conceber uma estrutura económica, social, legal, assente num determinado lugar do ambiente». «Hoje, sabemos que o gráfico da oferta e da procura não flutua no infinito, o círculo do sistema natural limita-o», acrescentou.

«Ser Ministro da Ação Climática significa ter a responsabilidade última sobre a mitigação, a adaptação e o sequestro de carbono. A tarefa é pesada, pois reduzir em 85% as emissões até 2050 altera profundamente o nosso modo de vida. Assegurar apenas com métodos de engenharia natural a qualidade das nossas massas de água e o combate ao avanço do mar é uma tarefa ciclópica e sem fim. Transformar a nossa paisagem, combatendo as monoculturas agrícolas ou florestais, vai demorar uma década», afirmou.

Matos Fernandes disse também que está a ser levado a cabo um lote de investimentos industriais para apostar mais em energias renováveis, em gases renováveis, na descarbonização da indústria, pela fileira do lítio e pela construção e reciclagem de baterias.