O Ministro do Ambiente e Ação Climática, João Pedro Matos Fernandes, afirmou que Moçambique deve fazer uma «reflexão grande» sobre o futuro económico, baseado em combustíveis fósseis.
João Pedro Matos Fernandes falava na Universidade Pedagógica de Maputo, em Maputo, durante uma aula aberta subordinada ao tema «Cimeira de Glasgow e as suas Implicações para a Transição Energética».
O Ministro disse também que Moçambique «pode estar numa posição que obriga a uma reflexão grande porque, uma parte expressiva da aposta que fez em relação ao seu futuro económico, baseado no carvão e agora mais no gás», não pode prevalecer por muito tempo.
Para João Pedro Matos Fernandes, o gás vai continuar entre os principais tipos de combustível por décadas, mas o futuro mostra-se virado para as energias renováveis, face a uma agenda ambiental cada vez mais ambiciosa para travar o aquecimento global, a subida dos oceanos e a proliferação de eventos meteorológicos extremos.
O Ministro disse ainda que Moçambique tem «todo o direito» de exigir mais dos outros países, estando entre os mais vulneráveis às mudanças climáticas, apesar de ter níveis de poluição quase insignificantes.
Segundo João Pedro Matos Fernandes, O país tem ainda um enorme potencial para produção de energias renováveis, apontando a capacitação e a formação como essenciais.
Vacinas
Durante a sua visita, o Ministro participou também, no aeroporto de Maputo, na cerimónia de doação de mais 187.200 doses de vacinas da AstraZeneca:
«É um gosto poder participar numa cerimónia que sendo simbólica é tão relevante para a melhoria da saúde pública em Moçambique» disse, a propósito desta doação de Portugal a Moçambique.
O Ministro das Obras Públicas e Habitação de Moçambique, João Machatine, por sua vez, afirmou que esta doação irá fazer uma «enorme diferença» no processo de vacinação no País.
Esta é a quarta oferta de vacinas de Portugal, superando meio milhão (547.000) oferecidos pelo país.