Os laços que ligam Portugal e Moçambique no domínio do mar e a importância que ambos os países atribuem a uma boa governação dos oceanos, que se querem saudáveis e produtivos, foram realçados pelo Ministro do Mar, Ricardo Serrão Santos, na sessão de abertura da 2ª edição da Conferência «Crescendo Azul», que decorre até 19 de novembro, em Vilankulo, Moçambique.
«Repescando o mote desta conferência - Investir na saúde do Oceano é investir no futuro do planeta - a aposta numa economia azul sustentável é fundamental para a segurança e resiliência dos países e nações costeiras, quer sejam em zonas continentais, quer em ilhas», disse o Ministro português, um dos convidados de honra, juntamente com o chefe de Estado do Quénia, Uhuru Kenyatta.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, referiu a necessidade de um forte compromisso político dos governos africanos com a conservação marinha e destacou o papel desta conferência para o debate global sobre os oceanos: «Depois da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada há dias em Glasgow, e a caminho da 2ª Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, no próximo ano, em Lisboa, co-organizada por Portugal e pelo Quénia; é nossa expetativa que o Crescendo Azul constitua um grande contributo em matérias tão prementes para o futuro da Humanidade como ambiente e o clima».
Além da presença do governante português nesta cidade da província de Inhambane, participam na conferência, no local ou remotamente, representantes de vários organismos do Ministério do Mar: DGPM (incluindo programa Escola Azul), DGRM, IPMA, EMEPC, Escola Náutica Infante D. Henrique e FOR-MAR.
«Procurámos trazer a esta conferência um conjunto alargado de temas que, estou certo, nos preocupam a todos: desde os aspetos relativos à formação e certificação de marítimos e do desenvolvimento do transporte e indústria marítima – sendo a formação uma área de enorme importância – , às questões do turismo e da sua ligação à preservação do ambiente, passando pelo quadro legal de utilização privativa do espaço marítimo», acrescentou o Ministro do Mar.
Serão ainda debatidos outros temas, tais como a literacia do oceano, a prevenção da poluição marinha e o combate à Pesca Ilegal, Não Reportada e Não Regulamentada, bem como as estratégias de desenvolvimento sustentável da economia azul.
Na perspetiva da Comunidade de Países de Língua Portuguesa, o Ministro do Mar reafirmou a importância de consolidar a Estratégia para os Oceanos, alinhada com as grandes iniciativas das Nações Unidas para esta década, nomeadamente a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, a Década das Ciências do Oceano para o Desenvolvimento Sustentável, que deverá incorporar e alinhar-se com a Década da Restauração dos Ecossistemas.
No segundo dia da conferência, o Ministro Ricardo Serrão Santos vai fazer uma apresentação dedicada à Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, que decorrerá em Lisboa, de 27 de junho a 1 de julho.