O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, visitou a fábrica da Embraer, em São Paulo, Brasil, onde entrou, pela primeira vez, num protótipo da aeronave KC-390, que irá substituir os Hércules C-130, atualmente ao serviço das Forças Armadas portuguesas.
«É muito entusiasmante poder entrar agora num KC-390. Nós estamos aqui com uma postura de clientes, mas sobretudo com uma postura de parceiros», disse o Ministro.
Recorde-se que Portugal acordou, em 2019, a compra de cinco aeronaves deste tipo, por um valor de 827 milhões de euros. Algumas das suas componentes serão produzidas em Portugal, nas fábricas de Évora e de Alverca, a montagem final será feita nesta fábrica em Gavião Peixoto.
O acordo prevê também a aquisição de um simulador de voo e a manutenção das aeronaves nos primeiros 12 anos de vida.
Durante a visita, João Gomes Cravinho destacou o facto de ser uma aeronave que pode ser utilizada em missões militares, transporte de emergência, combate a incêndios e missões de apoio em caso de desastres naturais.
A passagem pelo Brasil do Ministro incluiu também uma reunião bilateral com o seu homólogo Fernando Azevedo e Silva, de onde saiu a intenção de promover um encontro, em julho, com as indústrias de Defesa dos dois países.
Cooperação no Centro do Atlântico
Durante a sua intervenção na Escola Superior de Guerra do Brasil, no Rio de Janeiro, João Gomes Cravinho referiu a importância da cooperação entre Portugal e o Brasil, em iniciativas de segurança no Atlântico.
«Da parte portuguesa há muito interesse em que o Brasil seja um parceiro muito ativo na criação, na formatação, na consolidação» do Centro Internacional de Investigação do Atlântico, nos Açores, atualmente em fase de desenvolvimento, explicou o Ministro.
Para João Gomes Cravinho é muito importante que o Brasil participe neste centro «não apenas por razões de afeto e de simpatia», mas por ser «uma das principais potências do Atlântico».
A visita do Ministro da Defesa Nacional ao Brasil terminou com a receção do Navio-Escola Sagres, no Rio de Janeiro, no âmbito das comemorações dos 500 anos da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães.
Sobre este navio, fabricado na Alemanha, João Gomes Cravinho referiu que é «um ponto de união entre Portugal e o Brasil» porque «antes de pertencer à Marinha Portuguesa, foi um navio da Marinha Brasileira» com o nome da baía da Guanabara.