O Ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, afirmou que reforçar a liderança de mulheres militares em operações de manutenção da paz «é um dever moral» mas também «uma grande contribuição» para melhorar a eficácia destas missões.
João Gomes Cravinho falava no seminário «Promoção da Participação Plena das Mulheres em Operações de Paz», que decorre em formato híbrido, presencial e online, em Lisboa.
Segundo o Ministro, nas últimas décadas, os conflitos «têm estado profundamente marcados pelo terrorismo transnacional e pela radicalização violenta, bem como pelo regresso da anexação territorial e pela soberania contestada em territórios disputados», cenário que requer que a preparação das Forças Armadas combine cada vez mais o treino para a guerra com o treino para a construção da paz.
João Gomes Cravinho referiu também que as discussões sobre aumentar a eficácia operacional da manutenção da paz focam-se no valor acrescentado das mulheres em operações de paz e que «o argumento fundamental a favor de uma maior participação de mulheres em operações e missões de paz é o dos direitos humanos e diversidade, e isto não é de todo incompatível com eficácia militar».
Para o Ministro, «ultrapassar a recorrente falta de participação de mulheres requer um compromisso a longo prazo e passos arrojados nos níveis mais elevados – nos quais usualmente os homens são os decisores». João Gomes Cravinho disse ainda ser necessário um diálogo entre a União Europeia e a NATO sobre a agenda Mulheres, Paz e Segurança.
«Isto não é apenas sobre contar mulheres, é sobre fazer as mulheres contar», concluiu.