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2021-02-26 às 18h32

Medidas estão a produzir efeito mas «ainda não é tempo para desconfinamento»

Primeiro-Ministro António Costa durante a conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, Lisboa, 26 fevereiro 2021 (Foto: João Bica)
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que as medidas adotadas nas últimas semanas «têm continuado a produzir os efeitos desejados no controlo da pandemia» mas garantiu que este «ainda não é o tempo para desconfinamento».

Na conferência de imprensa após a aprovação do decreto que regulamenta o estado de emergência, o Primeiro-Ministro salientou que as medidas que estavam em vigor não vão sofrer qualquer alteração até às 23h59 de 16 de março de 2021.

António Costa salientou a redução e estabilização do fator de transmissibilidade e a evolução decrescente do número de novos casos por dia, internados e internados em Unidades de Cuidados Intensivos, mas sublinhou que Portugal está «ainda longe de alcançar o resultado que deseja».

«Este não é ainda o tempo para desconfinamento porque todas as melhorias são relativas», acrescentou o Primeiro-Ministro, efetuando uma comparação com os dados registados a 4 de maio de 2020, quando se iniciou o desconfinamento após a primeira vaga, e a 15 de setembro, quando foi decretado o primeiro estado de contingência.

O número de novos casos nas últimas 24 horas (1027) é «mais de quatro vezes superior ao registado a 4 de maio (242), havendo relações semelhantes no número de internados e de internados em Unidades de Cuidados Intensivos. 

«Estamos muito melhor do que estávamos há um mês, mas quatro vezes pior do que estávamos quando iniciámos desconfinamento em maio passado. As medidas estão a produzir os resultados desejados mas estamos ainda longe de nos podermos comparar quer com a situação quando desconfinámos, quer a 15 de setembro quando declaramos primeiro estado de contingência», reiterou.

O Primeiro-Ministro salientou ainda outras duas razões para a prudência atual: a variante britânica ascender aos 49% no número de novos casos e a impossibilidade de garantir a vacinação total até ao final de março para as pessoas entre os 65 e os 79 anos com comorbilidades associadas devido a «vicissitudes da produção e distribuição das vacinas, nomeadamente a de não haver recomendação da vacina da Astra Zeneca para maiores de 65 anos».

«O que todos desejamos, e estamos fortemente empenhados, é que nos próximos 15 dias tenhamos mais avanços significativos para nos recolocarmos numa situação de segurança que permita fazer outra avaliação do nível de medidas do próximo estado de emergência», disse o Primeiro-Ministro, acrescentando que o plano de desconfinamento será anunciado a 11 de março.

«O plano será gradual e associado a critérios objetivos de evolução da pandemia», afirmou, reiterando que «é preciso evitar a todo o custo que seja necessário andar para trás».