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2020-11-13 às 12h23

Investimento no Serviço Nacional de Saúde continua apesar da crise

Primeiro-Ministro António Costa inaugura novos serviços de urgência médico-cirúrgica do hospital de Santiago do Cacém , 13 novembro 2020 (foto: Clara Azevedo)
O Primeiro-Ministro António Costa presidiu à inauguração da nova ala que acolhe os serviços de urgência médico-cirúrgica do hospital do litoral alentejano, em Santiago do Cacém. 

O Primeiro-Ministro, que estava acompanhado pela Ministra da Saúde, Marta Temido, referiu que «o esforço de investimento no Serviço Nacional de Saúde foi iniciado antes da crise e tem de continuar apesar dela».

«Levámos quatro anos a recuperar a capacidade de investimento do Serviço Nacional de Saúde, e este ano tínhamos começado o ano com a maior dotação inicial do SNS desde sempre», disse, acrescentando que, todavia, «a Covid exigiu-nos muito mais, e o Orçamento Suplementar levou a que, só este ano, tivéssemos um reforço de verbas idêntico ao que tivemos nos quatro anos anteriores».

O Orçamento do Estado ainda em debate no Parlamento, «prevê um reforço de mais 1200 milhões de euros, entre novos hospitais, melhorias nos serviços dos já existentes, equipamento (em particular nos cuidados de saúde primários, para podermos internalizar no Serviço Nacional de Saúde muita da despesa que temos contratado fora), continuar a desenvolver a rede de cuidados integrados e reforçar os recursos humanos, cujas carências conhecemos bem». 

António Costa sublinhou que «temos de assegurar que não aconteça nesta crise o que aconteceu na anterior [2008-2015], em que projetos de investimento pensados foram descontinuados, suspensos ou interrompidos, e agora têm de ser acelerados porque o investimento no Serviço Nacional de Saúde é fundamental para a retoma da economia».

Região com enorme potencial

O Primeiro-Ministro afirmou também que o litoral alentejano é «uma região com enorme potencial para o desenvolvimento do País porque tem condições climáticas únicas para a agricultura e o turismo e oferece uma das plataformas mais importante para a internacionalização, que é o porto de Sines».

«Os investimentos na ligação ferroviária à fronteira para que o porto sirva grande parte do interland da península, a previsão do Plano de Recuperação e Resiliência de conclusão do IC33, para o qualificar integralmente até Sines, vão permitir servir melhor a região», disse.

«Um Serviço Nacional de Saúde robusto» é, entre outras, uma condição fundamental para que as pessoas se fixem na região, disse ainda.

Apoiar os profissionais de saúde

O Primeiro-Ministro agradeceu a todos os profissionais de saúde «o trabalho feito e que vamos ter de continuar a fazer» até que haja vacina para a Covid-19, pois «até lá, temos de continuar a dar todos o nosso melhor».

António Costa apelou «a todos os portugueses para que apoiem os profissionais de saúde», afirmando que «a melhor ajuda que lhes podemos é cumprimos as regras para evitar que cada um de nós fique doente ou que, inconscientemente, contamine outros».

«Quanto menos doentes os profissionais de saúde tiverem para tratar melhores condições terão para trabalhar e para se dedicarem aos que estão doentes», concluiu.

Novo serviço

A intervenção no Serviço de Urgência do Hospital do Litoral Alentejano, tem duas fases, estando a primeira a funcionar desde 29 de outubro.

Os seus objetivos foram adequar a estrutura ao modelo da triagem de Manchester, melhorar a capacidade instalada (nas áreas de triagem, salas de espera pós-triagem, gabinetes de observação e tratamento, sala de emergência e reanimação, sala de decisão terapêutica, internamento em serviço de observação, salas de pequena cirurgia, e sala de observação de ortopedia), e complementar o equipamento existente e reequipar as novas instalações.

Este novo serviço permitirá uma separação de doentes por áreas distintas, segundo a sua condição clínica, privilegiando-se a humanização de cuidados, o conforto e a segurança, quer dos doentes quer dos profissionais.

Por outro lado, a intervenção responde à necessidade, há muito identificada, de aumentar o serviço de urgência, inaugurado em 2005, que tinha sido dimensionado cobrir a uma área e uma população inferiores àquelas a que atualmente dá resposta (cerca de 100 mil pessoas).

No período de pandemia, atendimento a doentes respiratórios foi deslocado para o antigo serviço de urgência.

2,5 milhões de euros

O novo serviço de urgência tem capacidade para responder a eventuais situações de catástrofe (devido à sua localização geográfica perto do polo industrial e do porto de Sines, e do eixo rodoviário Lisboa-Algarve que tem alto índice de acidentes automóveis), bem como para a adoção das melhores práticas clínicas, em particular, no que se refere à prevenção e controlo das infeções associadas aos cuidados de saúde.

A empreitada e o apetrechamento do serviço com equipamentos teve um custo total de quase 2,5 milhões de euros, com apoio financeiro do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia, através do Programa Operacional Regional do Alentejo, Alentejo 2020, no valor de 1,8 milhões. A obra custou 1,36 milhões e o equipamento 972 milhões de euros.

Para a segunda fase, pós-pandemia, está prevista a reformulação do antigo serviço de urgência, para criação de uma área dedicada ao atendimento pediátrico.