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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2019-12-19 às 15h14

Índia quer ser observador na Comunidade de Países de Língua Portuguesa

Primeiro-Ministro António Costa com o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, Nova Deli, 19 dezembro 2019 (Foto: Paulo Vaz Henriques)
Primeiro-Ministro António Costa com o Primeiro-Ministro da Índia, Narendra Modi, Nova Deli, 19 dezembro 2019 (Foto: Paulo Vaz Henriques)
Os Primeiros-Ministros de Portugal, António Costa, e da Índia, Narendra Modi, tiveram uma reunião de trabalho antes do Chefe do Governo português ter discursado como convidado de honra nas cerimónias de comemoração do 150.º aniversário de Mahatma Gandhi, em Nova Deli.

Os dois Primeiros-Ministros discutiram as formas de aprofundar as boas relações bilaterais – que atravessam uma fase muito positiva, impulsionada pelas visitas recíprocas dos dois Primeiros-Ministros em 2017 –, mas também as relações entre a União Europeia e a Índia, e temas de âmbito regional e global de mútuo interesse. 

Lusofonia

Numa declaração à agência Lusa, o Primeiro-Ministro disse que o seu homólogo Narendra Modi lhe comunicou que a Índia decidiu requer o estatuto de observador na Comunidade de Países de Língua Portuguesa, contando iniciar o processo rapidamente.

António Costa afirmou que esta é «uma excelente notícia. Tenho a certeza que todos os países da CPLP irão acolher como muito positivo esse reconhecimento da parte da Índia sobre a importância geoestratégica, política e cultural de um espaço que percorre todos os continentes e que reúne cerca de 260 milhões de habitantes».

A CPLP existe desde 1996, tendo vários países e organizações internacionais como observadores. Pelo passado histórico entre Portugal e a Índia, nomeadamente nas décadas mais recentes, o pedido do estatuto de observador tem um particular significado político. 

Aliança das maiores democracias

No que respeita às relações entre a Índia e a União Europeia, o Primeiro-Ministro português transmitiu ao Primeiro-Ministro Modi «o empenho de Portugal» em elevá-las para um patamar superior.

António Costa transmitiu «a Narendra Modi uma mensagem do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, no sentido de que há uma vontade de estreitar as relações entre a União Europeia e a Índia». 

«Queremos fazer uma grande aliança dos maiores espaços democráticos a nível mundial para encarar os grandes desafios do futuro», disse, que apontou o combate às alterações climáticas, a transição para a sociedade digital e o combate às desigualdades.

«São domínios onde temos muito a fazer em conjunto», disse, acrescentando que encontrou «da parte do Primeiro-Ministro Modi uma grande abertura para retomar as relações mais próximas da Índia com a União Europeia, visto que desde 2014 que não ser realiza uma cimeira».

Relações económicas

O Primeiro-Ministro referiu-se também às relações económicas luso-indianas, afirmando que os recentes desenvolvimentos nesta área são «muito bons», tendo melhorado «significativamente nos dois últimos anos», depois das visitas de António Costa à Índia e de Narendra Modi a Portugal.

Desde então, «verificou-se uma maior presença de empresas portuguesas na Índia e de empresas indianas em Portugal. Por outro lado, as relações comerciais entre os dois países têm crescido bastante».

Visita presidencial

As relações luso-indianas vão conhecer em breve «um momento muito alto com a visita do Presidente da República em fevereiro», que será retribuída no ano seguinte pelo Presidente da Índia. «São momentos propícios para alavancar ainda mais as nossas relações», disse.

O Primeiro-Ministro acrescentou que «está identificado um conjunto de áreas onde é possível e desejável aproveitar a visita à Índia do Presidente da República para desenvolver melhores relações, designadamente na indústria automóvel, na cooperação científica e na cooperação entre universidades», áreas «com grande potencial para explorar nos próximos anos».

O Presidente Marcelo Rebelo de Sousa fará uma visita de Estado à Índia entre 13 e 17 de fevereiro de 2020.