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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2020-10-10 às 15h38

Impulsionar as regiões da fronteira para «reforçar a resiliência da Península Ibérica»

Primeiro-Ministro, António Costa, e Presidente do Governo de Espanha, Pedro Sánchez, na Cimeira Luso-Espanhola, Guarda, 10 outubro 2020
O Primeiro-Ministro, António Costa, afirmou que Portugal e Espanha sairão da Cimeira Luso-Espanhola com melhores e mais fortes ferramentas para ajudar as comunidades que vivem na região da fronteira (raiana) e que isso vai permitir «reforçar a resiliência da Península Ibérica».
 
António Costa disse também que a existência de uma Península Ibérica mais forte permite que os dois países trabalhem, em conjunto, no quadro da União Europeia, no quadro da política de vizinhança com os outros países do sul, da bacia do mediterrâneo e também em toda a comunidade ibero-americana. 
 
Na conferência conjunta com o seu homólogo espanhol, Pedro Sanchez, na Guarda, o Primeiro-Ministro destacou ainda a importância da Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço e cujo impulso fundamental ocorreu na Cimeira Luso-Espanhola, em 2018, em Valladolid:
 
«Desta vez não iremos separados a Bruxelas; iremos em conjunto dizer em Bruxelas que temos aqui uma visão, uma estratégia, projetos concretos para desenvolver e queremo-lo fazer em conjunto porque queremos que esta região de fronteira não seja um ponto de separação, mas pelo contrário um ponto de união entre os nosso dois países», disse.
 
Relativamente aos planos de recuperação e resiliência dos dois países - que tanto António Costa como Pedro Sánchez reconheceram que estão perfeitamente alinhados - o Primeiro-Ministro português disse que devem incorporar estas prioridades e permitir criar, em toda a zona raiana, «uma nova centralidade neste mercado ibérico».
 
Hub digital e energia
 
Para além do apoio ao desenvolvimento da região fronteiriça entre Portugal e Espanha, António Costa destacou a oportunidade que ambos os países têm em tornar-se num hub digital:
 
«Nós podemos ser um grande hub digital. A Espanha receberá brevemente a conexão de um novo cabo de ligação com o continente africano. Em junho será amarrado a Portugal o novo cabo de ligação da europa com a América Latina, e isso vai criar uma base de infraestruturas extraordinária, para que possamos ser um hub nesta nova industria do digital, dos dados, do block chain e da inteligência artificial», detalhou o Primeiro-Ministro.
 
No que diz respeito à energia e aos desafios propostos pela União europeia, em matéria de sustentabilidade e transição energética, o Primeiro-Ministro disse que Portugal e Espanha têm condições para serem «os fornecedores de hidrogénio verde para o conjunto da Europa» e «do melhor mix ambiental de energias renováveis e isso exige que o façamos em conjunto».
 
A propósito do lítio - do qual ambos os países são detentores - António Costa disse que não nos devemos limitar à sua extração mas também a «desenvolver a capacidade industrial para que os produtos de maior valor acrescentado, que se podem desenvolver a partir deste recurso natural» tenham, na Península Ibérica, «uma base industrial e, de preferência, numa «região de fronteiras para que o possamos desenvolver e beneficiar em conjunto».
 
Uma «cimeira europeísta»
 
O Presidente do Governo do Governo Espanhol, por sua vez, referiu-se a esta «cimeira europeísta», destacando o «alinhamento total» dos planos de recuperação português e espanhol. 
 
Sobre a estratégia de desenvolvimento transfronteiriço, Pedro Sánchez disse que a mesma tem o objetivo muito claro de promover a igualdade de oportunidades, não apenas para as pessoas mas também para os territórios.
 
O Presidente do Governo Espanhol destacou ainda a Presidência Portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre de 2021, acrescentando que «num momento tão transcendental para a Europa e para o mundo, ser Portugal a liderar esse trimestre do próximo ano é uma fonte de tranquilidade, que nos dá confiança».
 
«Afinal há aqui questões muito importantes: como o pacto para as migrações e asilo, a saída do Reino Unido da UE, os planos de recuperação que irão ser postos em pratica ao nível europeu, as relações como a américa latina, toda uma série de quadros também de cooperação comercial que temos de estabelecer com a América Latina e também com África», detalhou Pedro Sánchez. 
 
«Há muitas áeras que fazem parte deste tratado de amizade. Subjacente a estas cimeiras bilaterais está um tratado que amizade que celebramos desde 1997. É esta ideia que temos em relação à Europa de amanhã e do futuro», concluiu.