O Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, afirmou que o programa
Horizonte Europa, apresentado por videoconferência, vai garantir «mais ciência, mais pesquisa e mais inovação».
O Horizonte Europa é um programa de desenvolvimento da investigação científica e tecnológica, sucede ao Horizonte 2020, e conta com um orçamento de 95,4 mil milhões de euros que será aplicado entre 2021 e 2027.
No Centro Cultural de Belém, em Lisboa, a partir de onde o programa foi apresentado, no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia, Manuel Heitor salientou a importância de um programa como este «para criar mais e melhor emprego e para alcançar novas fronteiras de conhecimento».
«A ciência atrai talento e precisamos de formar cientistas para os anos que se avizinham. Sabemos bem que a Europa precisa de mais cientistas, em articulação com uma educação mais elevada, para garantir as necessárias condições para o desenvolvimento das carreiras de investigação», acrescentou na intervenção inicial da conferência.
Manuel Heitor sublinhou que «a relação entre a ciência e o emprego, a relação entre a ciência e as novas fronteiras do conhecimento, e a necessidade de atrair e formar mais cientistas guiam a presidência portuguesa da União Europeia» com o objetivo de contribuir para o objetivo europeu de alcançar os 3% do PIB até 2030.
O Ministro realçou ainda a necessidade de enquadrar estes objetivos na construção de uma Europa «cada vez mais verde e cada vez mais digital», por serem «essenciais na construção de uma estratégia autónoma de uma Europa mais resiliente, mas também de uma Europa mais social, com conhecimento em todas as disciplinas».
Pilares do Horizonte Europa
De acordo com o site da presidência portuguesa, o Horizonte Europa está alicerçado em três pilares: a excelência científica, os desafios globais e competitividade industrial europeia, e a Europa inovadora e inclusiva.
No pilar da excelência científica pretende-se o «desenvolvimento de competências e conhecimentos de qualidade no sentido de reforçar a liderança científica da União Europeia, com envolvimento de todas as regiões e de todos os cidadãos europeus» e a «criação de novos mercados, condições laborais e competências, nomeadamente nos setores mais atingidos pelos impactos negativos da pandemia».
O segundo pilar, dos desafios globais e competitividade industrial europeia vão promover um reforço na investigação em domínios como «recursos naturais, mobilidade, alimentação, meios digitais e energia». «É neste pilar que se prevê a criação de parcerias relacionadas com o objetivo de atingir a neutralidade carbónica», acrescenta a descrição no site.
Por último, no pilar de uma Europa inovador e inclusiva «será estimulada a criação de carreiras profissionais, ligadas à investigação, nos setores público e privado, tornando-as mais inclusivas, nomeadamente para mulheres e minorias».
«Pretende-se ainda fomentar ecossistemas de investigação e recrutamento, de modo a formar e reter talentos na Europa. Outros objetivos passam pela cooperação entre as agências nacionais de financiamento e a Comissão Europeia, contribuindo ainda para promover a criação de redes de universidades europeias.»