A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, afirmou que o Governo está disponível para apoiar o desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19 que está a ser criada pela empresa biotecnológica Immunethep.
Depois de uma reunião com a empresa e com a Câmara Municipal no Biocant Park em Cantanhede, a Ministra referiu que o propósito do encontro foi o de «tentar perceber de que modo o Governo poderia apoiar esta empresa e de que modo se pode organizar para apoiar a fase de ensaios clínicos».
Para os primeiros passos da investigação, a empresa recebeu um apoio de 250 mil euros a fundo perdido do Programa Operacional Regional do Centro, através de avisos abertos em plena pandemia para apoiar investimentos em ciência. A fase que se segue de ensaios clínicos requere um montante a rondar os 20 milhões de euros.
«Temos uma empresa que já deu passos importantes no sentido de desenvolvermos uma vacina. Nos países onde há essa produção, as empresas receberam apoios muito superiores a 20 milhões. Vamos ainda estudar tecnicamente o dossiê, mas, das informações que temos, parece-nos que o projeto tem condições para dar o passo seguinte», disse a Ministra.
Ana Abrunhosa destacou que é preciso «estudar um conjunto de informação técnica que dê a segurança necessária». O projeto de desenvolvimento da primeira vacina portuguesa contra a Covid-19 poderá ser apoiado através de fundos dos Programas Operacionais Regionais ou de programas nacionais do Portugal 2020. Para além da vacina, a empresa também já anunciou a possibilidade da criação de uma unidade de produção de vacinas no país, num investimento de cerca de 80 milhões de euros ao longo de três anos e a criação de até 300 postos de trabalho.
Inovação empresarial
A Ministra da Coesão Territorial também visitou a empresa Pellets Power, a maior produtora e exportadora de pellets do país, e destacou o investimento que está a ser realizado com a autossuficiência energética em vista.
Em Mortágua, Ana Abrunhosa elogiou o papel desempenhado pelo empresário e respetiva família, que avançaram para a reconstrução da fábrica após os incêndios de outubro de 2017 «com meios próprios», salvaguardando 40 postos de trabalho, e que investiu agora um milhão de euros num parque fotovoltaico.
«Hoje, temos aqui a primeira fase de um investimento que é fundamental para as nossas empresas. O preço das matérias-primas e da energia tem aumentado e, portanto, esta questão de as empresas se manterem competitivas implica reduzirem custos de produção», sublinhou.
O Governo quer «estimular e apoiar» estes projetos que apostem na autossuficiência energética porque «reduzem os custos de produção das empresas em mercados em que um cêntimo pode fazer a diferença entre perder ou ganhar um cliente».
«Os clientes valorizam muito investimentos como o que está a ser feito porque significa que as fontes de energia são mais limpas do que as tradicionais», acrescentou, dizendo que «este projeto vai nesse sentido de incorporar no processo de produção cada vez mais energias limpas».
A empresa tem uma segunda fase de investimento prevista para o novo parque fotovoltaico que, quando estiver concluído, permitirá à empresa ser autossuficiente em energia elétrica em dias de sol.