Os Secretários de Estado do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, e Adjunto e da Educação, João Costa, presidiram ao encerramento da sessão de apresentação da plataforma Literacia e Educação Mediática em linha (LEME), um site agregador de recursos de literacia mediática, disponível para o público em geral e, nomeadamente, para professores e alunos, que decorreu online.
«Se queremos ter cidadãos preparados para o futuro, eles têm que estar informados e, para estarem informados, precisam de ter instrumentos que os defendam das armadilhas da desinformação», afirmou Nuno Artur Silva, numa declaração à agência Lusa.
O Secretário de Estado sublinhou que «a valorização da literacia mediática é fundamental por questões de cidadania e de participação social, para que todos possam participar de forma informada».
Afirmando que «quando estamos nas redes sociais, quando lemos uma notícia, quando vemos uma notícia na televisão ou nos chega uma informação na internet, nós estamos vulneráveis e tendemos a acreditar na notícia», acrescentou que, contudo, «esse é campo fértil para manobras voluntárias, às vezes involuntárias, de desinformação e isso mina e destrói a democracia».
Nuno Artur Silva disse que havia uma lacuna no combate à desinformação, por não existir um agregador de informação que ajude a dotar os alunos de instrumentos de combate à desinformação e às chamadas fake news.
Defesa da democracia
A criação deste site que ajuda a perceber a informação «parece-nos fundamental para a defesa da democracia, porque é, no fundo, dar aos cidadãos, desde muito pequenos, a capacidade de perceber como se devem informar, ou seja, ao que têm de estar alerta para perceber se uma informação é correta, se as fontes são credíveis, se não estão a ser enganados», disse.
O Secretário de Estado afirmou que devem também ser as próprias empresas de comunicação social a criar os seus mecanismos para se defenderem contra a desinformação.
O Governo «tem a possibilidade de intervir diretamente ao nível das escolas. Isso faz parte, digamos, da área de influência do Governo, através de uma série de programas de incentivo à literacia mediática», acrescentou.
O Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, lembrou os resultados do último teste do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA, Programme for International Student Assessment), que, entre outros aspetos, concluiu que nove em cada 10 alunos portugueses não distinguem factos de opinião na leitura de um texto.
«Se eu não distingo factos de opiniões, sou muito mais facilmente manipulável, se eu não leio até ao fim, se me fico pelo título e se desisto quando não percebo, só consigo lidar com aquela informação facilitada e não com informação com uma natureza mais densa, mais rica», exemplificou.
LEME
O Governo lançou o site internet
LEME, com recursos de literacia mediática, que contou com contributos de vários intervenientes. Os Secretários de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, e do Cinema, Audiovisual e Media, Nuno Artur Silva, decidiram, em junho de 2020, criar um grupo de trabalho formado por investigadores, professores, formadores, jornalistas e representantes de instituições públicas.
Este grupo foi mandatado para inventariar, selecionar e sistematizar os recursos disponíveis em matéria de literacia mediática, bem como para propor inovações que contribuam para enriquecer a oferta e para suprir as lacunas detetadas.
O trabalho deu origem à criação de um sítio na internet, designado LEME – Literacia e Educação Mediática Em linha.
Este site é inteiramente dedicado aos recursos de literacia mediática, com o propósito de contribuir para que educadores e professores da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário desenvolvam a sua missão pedagógica de estimular nos seus alunos, consumidores e produtores de conteúdos nos media digitais, os conhecimentos, as competências e o sentido crítico indispensáveis a uma atuação informada e responsável.