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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2020-01-22 às 18h46

Continuar a definir a inovação como motor do crescimento

Primeiro-Ministro António Costa na inauguração da nova fábrica da empresa farmacêutica portuguesa Hovione, Loures, 22 janeiro 2020
Primeiro-Ministro António Costa na inauguração da nova fábrica e laboratórios da farmacêutica Hovione, Loures,22 janeiro 2020 (foto: António Pedro Santos/Lusa)
Para que as exportações portuguesas continuem a crescer, «tem de haver alinhamento das políticas públicas com o esforço empresarial, e a política pública mais relevante é continuar a definir a inovação como motor do crescimento», disse o Primeiro-Ministro António Costa na inauguração da nova fábrica da empresa farmacêutica portuguesa Hovione, em Loures.

O Primeiro-Ministro referiu que «as nossas exportações já representam 44% do Produto interno Bruto, e temos de ter a ambição de chegar a meados desta década com as exportações a valerem 50% do Produto Interno Bruto».

Afirmando que «a recuperação económica de Portugal tem sido fruto do investimento e da capacidade de exportação das empresas», lembrou que nestes últimos anos as empresas «enfrentaram turbulências em alguns mercados externos que eram particularmente relevantes para Portugal, e foram capazes de encontrar novos mercados».

Inovação

Para que todos os anos o valor das exportações e a quota de mercado de Portugal aumente, temos de desenvolver a inovação e, para isto, de «investir na educação, na ciência, na transferência do conhecimento para o tecido empresarial, e apoiar as empresas a incorporar esse conhecimento e a assegurarem a sua valorização económica», disse.

O Primeiro-Ministro acrescentou que «não vale a pena competir com base no baixo preço», pois «só vamos ser competitivos através do maior valor acrescentado que introduzimos nos produtos e serviços, como a Hovione o demonstra».

«Esta é uma empresa que foi, seguramente, das primeiras a compreender que o seu futuro passava pela capacidade de inovação. E se uma startup, nascida numa cave de Lisboa, há 60 anos», é hoje uma empresa mundial, isso «deve-se ao facto de ter feito, desde o princípio a aposta certa: a inovação como fator de crescimento». 

Esta empresa é «um exemplo inspirador sobretudo para as novas empresas portuguesas», mostrando que é possível «desde que se escolha o caminho certo». Esta caminho «assenta em ter recursos humanos qualificados, em apostar na inovação, na internacionalização e em escolher qual é o seu bom segmento de mercado».

Capital humano

Para isto «é preciso apostar no capital humano. Hoje já temos 50% de jovens a frequentar o ensino superior, mas ainda estamos abaixo da média europeia, e, em 2030, temos de ter 60% de jovens com 20 anos a frequentar o ensino superior».

É igualmente «central continuarmos a apoiar o desenvolvimento do sistema científico», para o qual «temos uma meta muito ambiciosa, que é chegar a 2030 com 3% do PIB e ser investido em investigação e desenvolvimento, 1/3 pelo Estado e 2/3 pelo setor privado», disse.

Competitividade e rendimentos

É ainda «muito importante o processo que temos na concertação social para respondermos simultaneamente ao desafio da competitividade e da valorização dos rendimentos», «porque se queremos liderar na inovação, temos de ser competitivos na contratação num mercado de trabalho global».

António Costa disse que neste aspeto, «há um esforço que compete às empresas, mas há também um contributo do Estado nesse sentido», apontando «o conjunto de políticas de apoio à autonomização dos jovens e à família previstas no Orçamento do Estado para 2020».

Destas, referiu a «isenção especial da tributação do rendimento em IRS de 30% no primeiro ano de trabalho, de 20% no segundo e de 10% no terceiro», «apoiando a capacidade de fixar em Portugal os recursos humanos mais qualificados» e evitando que saiam do País, o arrendamento acessível, e a redução da precariedade na entrada para o primeiro emprego.

Década de convergência

O Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, afirmou que a Hovione é um «testemunho do bom que se faz em Portugal».

Referindo que «todos ambicionamos para o País uma década consecutiva de crescimento económico e convergência com a União Europeia», acrescentou que «esse crescimento vem de olharmos para o mercado global, o que implica sermos capazes de produzir para o mundo, para o que as nossas empresas têm de produzir bens e serviços que mereçam a preferência de consumidores muito exigentes».

«Isto implica, da parte das empresas, investirem em inovação, terem acesso a capital, e serem capazes de produzir o que é mais crítico na nova economia e que é o único recurso que podemos ambicionar continuar a produzir, que é talento de qualidade», disse acrescentando que esta é «a receita de sucesso da Hovione» e «é a que pode servir para o País».

Para haver empresas fortes «é necessária uma Administração Pública forte, e reguladores que elevem os padrões com que os agentes económicos se comportam, para os primeiros níveis de exigência mundial», disse, acrescentando que «estamos a fazer este percurso».

A Hovione é uma empresa familiar do setor da saúde com 1200 empregados em Portugal e 1800 no mundo, sendo um dos maiores inventores português, e tendo um elevado número de doutorados. O novo investimento deverá criar 400 postos de trabalho qualificado.