A Ministra da Saúde, Marta Temido, apresentou as conclusões da reunião dos órgãos do Estado com os especialistas sobre a situação epidemiológica provocada pela Covid-19, que decorreu em Lisboa.
A primeira conclusão é que «o atual nível de confinamento está a produzir efeitos, não só no número de novos casos, que está a decrescer e que esperamos que se mantenha», como «no número de hospitalizações e de ocupação de cuidados intensivos e de óbitos», embora nestes dois indicadores, «ainda numa fase mais atrasada», disse a Ministra.
Marta Temido destacou que «o nível de confinamento teve e está a ter impacto nas estimativas relativas às novas variantes, designadamente a do Reino Unido», que era estimado que atingisse 60% da circulação do vírus SarsCov2 no País, e «que conseguimos reduzir».
Maior confinamento, maior redução
A segunda conclusão é que «fica bastante claro que quanto maior é a intensidade do confinamento, maior é a redução do risco efetivo de transmissão», ou seja, observaram-se dois decréscimos do risco de transmissão nesta fase da pandemia, um «após as primeiras medidas, decretadas a 15 de dezembro, e um outro, mais intenso, com as medidas agravadas de 21 de janeiro». O risco de transmissão situava-se em 0,82 entre 30 de janeiro e 3 de fevereiro.
A terceira conclusão é que «apesar destas medidas estarem a produzir resultados, é bastante evidente que o atual confinamento tem de ser prolongado por mais tempo, desde já durante o mês de fevereiro e depois, sujeito a avaliação, mas, provavelmente, por um período total, a contar do seu início, de 60 dias, segundo os peritos». O confinamento começou, recorde-se, a 15 de janeiro.
Ainda segundo os peritos será este período que permitirá baixar a ocupação de unidades de saúde e ter «uma incidência acumulada a 14 dias abaixo dos 60 casos por 100 mil habitantes», disse a Ministra, que acrescentou que, apesar da tendência decrescente, «é evidente que o nível de incidência que ainda temos é extremamente elevado».
Portugueses querem vacinar-se
A quarta conclusão é relativa aos «resultados da perceção social da confiança dos portugueses no processo de vacinação e na adesão à vacinação, que mostra uma intenção elevada de se vacinar», o «que se confronta com a escassez de vacinas», Marta Temido referindo que tinham sido contratadas 4 milhões de vacinas para o primeiro trimestre, mas que delas ainda só há certeza de entrega relativamente a 1,9 milhões.
A quinta conclusão é «a necessidade de voltarmos a investir na testagem maciça, que é essencial para conhecermos o estado de infeção na população. Sabemos que quando há um decréscimo de incidência, tende a haver menor procura de testes pela população e temos de contrariar essa tendência, através do alargamento da testagem pela utilização maciça de testes rápidos antigénio», concluiu.