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Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

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2019-11-23 às 15h31

É preciso «ajudar a regressar quem partiu por falta de oportunidade»

Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, no dia do Município, Gavião, 24 novembro 2019
A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, esteve na sessão solene que celebrou os 500 anos da Carta de Foral com que D. Manuel I elevou o território do Gavião a concelho.

Durante a sua intervenção, Ana Abrunhosa referiu que o principal problema desta zona, no interior do País, é a falta de pessoas. A Ministra disse também que o Governo vai apoiar as autarquias e as empresas na missão de trazer e fixar pessoas.

Para Ana Abrunhosa, primeiro, há que «pensar em quem cá está e garantir que têm acesso aos mesmos serviços, bens, lazer e cultura que tem quem vive em qualquer outro lugar do País. Isto é coesão». Depois, importa trazer pessoas, mas elas só virão com oportunidades de vida e de carreira. 

«Já sabemos que aqui há qualidade de vida, mas temos de mostrar isso às empresas e associações - o terceiro sector é particularmente importante para estes territórios. E temos de diversificar a actividade económica», afirmou, acrescentando que é «aqui que entra a política pública. Apoiar, discriminar, tratar diferente o que é diferente. Dar mais e melhores apoios a empresas e famílias que vêm para o interior».

Para a Ministra é preciso «ajudar a regressar quem partiu por falta de oportunidade» e, como a mão-de-obra é trazida pelas empresas, «temos de criar condições de atractividade para que elas se instalem, como bolsas de habitação, garantias de que os centros de saúde funcionam bem, de que há escolas para os filhos dos quadros que venham para aqui». 

«Os critérios para aplicação e localização desses serviços têm de mudar porque têm prejudicado o interior. Os serviços têm de existir, haja muita ou pouca gente», afirmou a Ministra, acrescentando que os problemas do interior não são de agora e, «mesmo em casos de sucesso, como Ponte de Sôr, a população continua a diminuir, porque está envelhecida e os que chegam não são suficientes».

Ana Abrunhosa disse ainda que pagar menos impostos ou menos portagens podem ser medidas transversais «facilitadoras», mas não as essenciais; determinante é que as pessoas saibam «que podem ter carreiras e vidas familiares que não são possíveis nos sítios onde estão agora».

Ana Abrunhosa inaugurou a estátua que assinala o meio milénio do Foral Manuelino e visitou a feira de artesanato, onde provou os enchidos tradicionais, visitou stands de artes quase esquecidas - como a dos latoeiros,  testemunhou a produção de sabão tradicional - Gavião tem o único Museu de Sabão do País - e comprovou a arte de bem receber de uma terra que se assume como «um Alentejo diferente» e que nos últimos anos tem apostado no turismo.