Aristides de Sousa Mendes nasceu há 135 anos, a 19 de julho de 1885. Foi uma figura maior do século XX português. Em junho de 1940, sendo cônsul em Bordéus, decidiu passar vistos a todos quantos lhe pediam, assim salvando milhares de pessoas, na maioria judeus, que fugiam da ocupação nazi de França. Fê-lo contra as ordens expressas de Salazar e pagou por isso: expulso da carreira, morreu na miséria. Só anos depois do 25 de abril foi postumamente reintegrado e condecorado, por Mário Soares, com a Ordem da Liberdade.
O seu gesto demonstrou que, quando a instrução recebida põe em perigo a vida e a dignidade humana, termina o dever de obediência. Aristides não se escondeu atrás dos deveres de funcionário, não fingiu ser apenas executor de decisões alheias. Afirmou a sua liberdade de agir de acordo com o que julgava corretamente ser uma consciência ética e universal. Entre submeter-se a Salazar e salvar vidas, escolheu salvar vidas. Por isso é Justo entre as Nações; e o seu comportamento inspirou, como recentemente lembrou o Papa Francisco, a declaração do 17 de junho como Dia da Consciência.
Aristides é, hoje, bem conhecido. Mas outros portugueses que salvaram vítimas da perseguição nazi, livrando-as da prisão, da tortura ou da morte, são ainda ignorados pela generalidade dos portugueses. É o caso de Sampaio Garrido, Teixeira Branquinho, Joaquim Carreira e Brito Mendes; e outros haverá. Não podemos deixá-los no esquecimento. Temos de estudar e divulgar o que fizeram e homenageá-los por isso.
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