Artigo do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros «Agir racionalmente»

«A Covid-19 não pertence ao passado. Pelo contrário. À escala do mundo, o número de casos e de vítimas continua a aumentar e, em várias regiões, a propagação do vírus intensifica-se. Muitos sistemas de saúde estão sob grande pressão e vários mesmo em rutura. As Nações Unidas alertam todos os dias para o agravamento da situação. É pouco e incerto o que sabemos acerca das mutações e da circulação do vírus, dos seus efeitos e das formas de combatê-lo. É ainda distante o horizonte de uma vacina testada e acessível.

Na Europa, parece ter passado a fase mais crítica, em que colapsaram os serviços de saúde de várias nações, aliás entre as mais ricas, e as perdas de vidas chegaram a cifrar-se em dezenas e dezenas de milhares. Depois de um longo período de imposição de medidas extremas, mas indispensáveis, determinando o confinamento das pessoas, o fecho das escolas e a paralisação dos setores económicos não essenciais, os países iniciaram gradualmente a retoma de atividades. Trata-se geralmente de uma retoma muito limitada, sujeita a constrangimentos e regras estritas. Mesmo assim, um após outro, os países vão conhecendo episódios, mais ou menos intensos e persistentes, de novos surtos.

O vírus está, pois, entre nós. E tudo leva a crer que estará por mais algum tempo. Ninguém pode afirmar que já o derrotou. Até os Estados com melhor registo na fase mais crítica (como a Alemanha ou Portugal) se veem agora confrontados com o ressurgimento de focos e têm de recuar no retorno à normalidade, reinstaurando confinamentos ou outras restrições. Os que pensem que a acalmia por que passam significa o fim das dificuldades pagarão bem caro, mais cedo do que tarde, essa ilusão». 

Leia o artigo na íntegra