Na sequência da notícia publicada na edição de hoje, 20 de novembro, do Jornal Económico, sobre os leilões de energia solar em Portugal, vem esclarecer-se o seguinte:
Não existe qualquer investigação por parte da Comissão Europeia relativamente aos leilões de energia solar de 2019 e 2020. Existe um processo de diálogo com a Direção-Geral de Concorrência com o intuito de esclarecer alguns procedimentos adotados em Portugal, incluindo os mecanismos do leilão solar.
O Governo não fez uma notificação formal junto da Comissão Europeia relativamente aos leilões solares, de 2019 e 2020, por ter considerado, com base na avaliação jurídica interna, não existir qualquer Auxílio de Estado. Ainda assim, antecipando que a nova modalidade de armazenamento, incluída no leilão solar de 2020, poderia suscitar dúvidas por parte da Direção-Geral da Concorrência, o Governo entendeu espoletar, em abril de 2020, um diálogo informal com essa entidade, procurando esclarecer o funcionamento do mecanismo de leilão solar que se realizou em agosto de 2020.
Os resultados de ambos os procedimentos concorrenciais espelham o elevado nível de transparência, não discriminação e intensidade concorrencial. Destaca-se que na modalidade de armazenamento do leilão solar de 2020, na qual foram adjudicados a maioria dos lotes, os vencedores abdicaram de receber um prémio por capacidade, realçando-se que estiveram disponíveis para pagar, eles próprios, um prémio por capacidade ao Sistema Elétrico Nacional num valor que ascende, em média, a 17,9 milhões de euros por ano.
Assim, tendo em conta os resultados alcançados para os consumidores portugueses de eletricidade, com ganhos estimados na ordem dos 559 milhões de euros e de mais de 600 milhões de euros a 15 anos, relativos ao leilão de 2020 e de 2019 respetivamente, o Governo espera que o diálogo com a Direção-Geral de Concorrência terminará em breve, sem que haja alguma perturbação no percurso que tem vindo a ser feito nos leilões solares, o qual terá continuidade em 2021.