Saltar para conteúdo
Histórico XXII Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Comunicados

2021-06-11 às 22h43

Ministra da Cultura lamenta morte do escritor António Torrado

A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta profundamente a morte do escritor António Torrado (1939-2021), poeta, ficcionista, dramaturgo e nome maior da literatura infantojuvenil portuguesa.

Natural de Lisboa, iniciou cedo o seu percurso literário, com a publicação de alguns dos seus primeiros contos para crianças em 1957, logo reconhecidos por Ilse Losa, outro nome central da literatura portuguesa para os mais novos, como do "melhor se tem escrito neste ramo da literatura".

Nesse mesmo artigo, publicado no Jornal de Notícias, a escritora destacava já aquela que se tornou uma das características mais reconhecíveis da produção literária de António Torrado, a sensibilidade poética da sua linguagem e estilo. Numa carreira com cerca de cinquenta anos de enérgica criatividade e produção, amplamente premiada, representada em antologias nacionais e estrangeiras e traduzida para as mais diversas línguas, António Torrado mostrou o quão acertada foi a análise de Ilse Losa.

Para além da sua faceta de ficcionista, António Torrado destacou-se igualmente como poeta e dramaturgo, tendo sido dramaturgo residente na Companhia de Teatro da Comuna. Foi também professor, jornalista e editor, com uma atividade pioneira enquanto pedagogo e da maior relevância na recolha e preservação do conto tradicional português.

Mestre da língua portuguesa, com um sentido de humor e uma empatia únicos, António Torrado é uma referência incontornável na literatura portuguesa das últimas décadas, reconhecido tanto pelos seus leitores, como pela crítica especializada, nomeadamente no universo da literatura para crianças e jovens.

A cultura portuguesa perdeu hoje um escritor singular, cuja notável obra é não só testemunho do valor transformador da imaginação e da fantasia, mas também memória viva e repositório da nossa tradição literária. Através dos seus textos, o passado, o presente e o futuro da literatura portuguesa comunicam permanentemente, numa obra que ensinou muitos a ler e, mais que isso, a sonhar e acreditar na realidade mágica dos mundos criados a partir das páginas e da tinta.

À família e amigos enviam-se sentidas condolências.

Graça Fonseca
11 de junho
Áreas:
Cultura