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Comunicados

2022-03-15 às 12h24

Ministra da Cultura lamenta a morte de Jorge Silva Melo

A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta profundamente a morte do encenador, ator, cineasta, dramaturgo, tradutor e crítico Jorge Silva Melo. 

A sua polifacetada formação e carreira, deambulando entre os territórios da interpretação, da encenação, da dramaturgia, da realização e da tradução, deixou uma marca indelével em várias gerações de públicos, artistas e inúmeros outros profissionais ligados à cultura e às artes. Essa impressão digital semeada na vida de cada um deles, a qual resiste à efemeridade do tempo, é porventura a herança e a linhagem maiores que um intelectual comprometido e um criativo desassossegado como Jorge Silva Melo deixou e deixa às gerações vindouras. 

Jorge Silva Melo nasceu a 7 de agosto de 1948, em Lisboa. O cinema entra na sua vida com apenas 15 anos, escrevendo para o suplemento juvenil do Diário de Lisboa. Mas é como estudante universitário (frequentando a licenciatura em Filologia Românica na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa), primeiro como crítico, depois como assistente de realização de João César Monteiro na curta-metragem "Sophia de Mello Breyner Andersen" (1969), que o seu caminho no teatro e cinema vai sendo definido. Integra o Grupo Cénico de Letras e é no seio deste que se estreia como ator, com 21 anos, em "O Anfitrião", de António José da Silva (1969). 

Em 1969, vai estudar cinema em Inglaterra, frequentando a London Film School. Nesse ano letivo é diretor de produção do filme "Quem espera por sapatos de defunto morre descalço", de João César Monteiro. Nos anos que se seguem, entre 1971 e 1974, é assistente de realização em "Pousada das Chagas", de Paulo Rocha, "Perdido por cem", de António Pedro Vasconcelos, e "Brandos Costumes", de Alberto Seixas Santos.

Em 1973, funda com Luís Miguel Cintra o Teatro da Cornucópia, que dirigiu até 1979, tendo simultaneamente sido ator e encenador da companhia em diversas peças como: "O misantropo", de Moliére (1973); "A ilha dos escravos" e "A herança", de Marivaux (1974); "Terror e miséria no III Reich", de Bertold Brecht (1974); "Pequenos burgueses", de Gorki (1976); "Woyzeck", de Buchner (1978). Ainda no campo da encenação, mas enveredando também na dramaturgia e cenografia, Silva Melo colaborou em: "Alta Áustria", de Kroetz (1977); "Casimiro e Carolina", de Odon von Horváth (1977); "Música para si", de Kroetz (1978), entre outros.

O teatro leva Jorge Silva Melo a estagiar na Schaubuhne, na República Federal da Alemanha, como assistente de Peter Stein na encenação de "Oresteia", e de Michael König em "Woyzeck". No ano seguinte, trabalha com Giorgio Strehler, em Itália, na encenação de "A alma boa de Tsé Chuan", de Bertold Brecht (1981), e mais tarde na encenação da ópera "As bodas de Fígaro".

Leia a nota de pesar na íntegra.

Tags: cinema, teatro
Áreas:
Cultura