A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, lamenta profundamente a morte da atriz Cecília Guimarães (1927-2021), decana da arte de representar em Portugal e elo de ligação entre gerações de atores, encenadores e cineastas.
A biografia de Cecília de Guimarães confunde-se com a história do teatro e do cinema em Portugal, pois o seu rosto, a sua voz e o seu talento personificam as múltiplas formas de resistência que deram ao teatro e ao cinema português uma história da qual nos podemos orgulhar.
Estreando-se profissionalmente em 1951, Cecília Guimarães fez parte de um conjunto de atores e autores pioneiros na história da ficção nacional na televisão pública. Mas já antes o seu percurso se inscrevera no teatro e no cinema em Portugal. Passou pela Companhia Alves da Cunha e Teatro do Gerifalto, foi atriz no Teatro Experimental do Porto, onde foi dirigida por António Pedro. Trabalhou também com a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, o Teatro Experimental de Cascais, a Companhia de Teatro de Almada, a Companhia de Teatro de Braga ou os Artistas Unidos.
No cinema, participou em filmes de António Lopes Ribeiro e Manuel de Oliveira, criando a partir de uma leitura muito fina das personagens femininas, retratos complexos de mulheres que, em tempos históricos ou condicionantes sociais, se viam relegadas para papéis secundários.
Com uma longa carreira, o percurso profissional de Cecília Guimarães é o encontro de várias gerações de atores, de encenadores, de companhias de teatro e de realizadores. Na história da arte de representar, Cecília Guimarães será sempre uma protagonista de referência e exemplo de resistência e de dedicação.
À família e amigos enviam-se sentidas condolências.