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2017-11-20 às 21h32
«Somos, em cada dia que passa, amigos mais fortes da Tunísia»
Primeiro-Ministro António Costa e Primeiro-Ministro da Tunísia, Youssef Chahed, na assinatura de acordos no âmbito da 4.ª Cimeira Luso-Tunisina, Tunes, 20 novembro 2017
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«Não somos só bons vizinhos da Tunísia. Somos, em cada dia que passa, amigos mais fortes da Tunísia», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa numa declaração conjunta com o seu homólogo tunisino, Youssef Chahed, no final da reunião das delegações ministeriais dos dois países no âmbito da 4.ª Cimeira Luso-Tunisina, em Tunes.
O Primeiro-Ministro Youssef Chabed traçou um paralelo entre a evolução histórica portuguesa e tunisina das últimas décadas, dizendo que os dois países viveram «longos períodos sob ditaduras, mas souberam consolidar os seus regimes democráticos».
António Costa sublinhou «a enorme admiração que os portugueses possuem pela forma como se processou a transição democrática na Tunísia», que «simboliza de uma forma especial o sucesso da transição democrática no mundo árabe».
«Estou certo de que estes passos dados nesta cimeira contribuirão para consolidar o processo de transição democrática [na Tunísia] e para reforçar as relações entre os dois países», acrescentou.
Combate ao terrorismo
O Primeiro-Ministro português disse também que Portugal e a Tunísia estão a desenvolver formas de cooperação em domínios como a segurança, prevenção da radicalização e combate ao terrorismo, de que a Tunísia foi vítima três vezes em 2015.
«É uma ameaça global que exige cooperação muito estreita entre os diferentes países, em especial entre aqueles que têm o Mediterrâneo como uma ponte entre si», disse.
António Costa disse também que «a constituição de uma associação de amizade entre Portugal e a Tunísia, bem como a criação de uma Câmara do Comércio Luso-Tunisina simbolizam a força e a importância que as nossas sociedades civis atribuem ao relacionamento entre os nossos países».
No plano económico, Portugal tem «sucessivamente aumentado as suas exportações e investimentos na Tunísia». «E Portugal é um dos poucos países europeus que tem investimento tunisino».
O Primeiro-Ministro acrescentou que «além do nível bilateral, queremos reforçar as nossas relações também ao nível da União Europeia».
Reforço da cooperação na segurança
Os dois Governos assinaram quatro acordos de cooperação nos domínios da proteção civil, dos transportes, do emprego e formação profissional e do ensino superior e investigação científica.
O acordo assinado pelo Ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, e pelo Ministro do Interior da Tunísia, Lofti Braham, compromete os dois Governos A dar um salto qualitativo nas relações entre os dois países nos domínios da proteção civil, controlo de fronteiras, e da prevenção e combate ao terrorismo.
Prevê ainda a proteção e salvaguarda de pessoas, bens e ambiente ameaçados por catástrofes, a formação na proteção civil com intercâmbio de especialistas e peritos e o compromisso de assistência mútua em casos de catástrofes naturais e acidentes graves de ordem tecnológica.
Eduardo Cabrita disse que além da partilha experiências na área da Proteção Civil, «ter-se-à em conta a preparação na resposta a catástrofes naturais e tecnológicas, assim como preparação comum para zonas de risco, designadamente na área do Mediterrâneo».
No combate ao terrorismo, o Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, disse que «haverá colaboração portuguesa em domínios como o controlo de fronteiras, formação de quadros nas áreas de segurança pública e na prevenção do terrorismo».
Cooperação noutros domínios
O Ministro dos Negócios Estrangeiros assinou ainda três outros acordos de cooperação nas áreas da formação profissional, do ensino superior e investigação científica, e dos transportes.
No Ensino Superior e investigação científica e na formação profissional, os Governos pretendem facilitar a mobilidade de quadros e o intercâmbio de experiências.
No caso dos transportes haverá reforço da cooperação no setor das obras públicas, sobretudo ao nível das infraestruturas terrestres, e mecanismos de colaboração na gestão de empresas de transportes marítimos, de construção e reparação naval.
Portugal e a Tunísia vão também cooperar na exploração de aeroportos, e criar parcerias entre empresas de transportes (públicas ou privadas) dos dois países.
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