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2018-01-24 às 1h07

«Sempre que me encontro com o Presidente João Lourenço encontramo-nos como bons amigos»

Primeiro-Ministro António Costa com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, no final de uma reunião bilateral, Davos, 13 janeiro 2018
O Primeiro-Ministro António Costa reuniu-se com o Presidente da República de Angola, João Lourenço, em Davos, Suíça, onde ambos participam no Fórum Económico Mundial.

O Primeiro-Ministro afirmou que «este foi um encontro no quadro das relações permanentes que temos mantido - dos bons encontros que tenho mantido com o Presidente João Lourenço».

«Fizemos o ponto das relações muito fraternas que existem entre Portugal e Angola, que, felizmente, decorrem muito bem dos pontos de vista económico, das relações entre as nossas empresas, das relações culturais e entre os nossos povos», afirmou António Costa numa declaração à imprensa.

O Primeiro-Ministro acrescentou que «existe uma questão - e uma só questão - que não depende dos poderes políticos de Portugal e de Angola, que decorre exclusivamente da responsabilidade das autoridades judiciárias».

Uma única questão entre Portugal e Angola

António Costa referia-se ao processo judicial que envolve o ex-Vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, que as autoridades angolanas entendem que «deve ser remetido para Angola para ali ser tramitado».

Esta única questão «tem uma única consequência: Não haver visitas de alto nível de uns e outros aos respetivos países». 

«Felizmente, tudo o resto decorre com toda a normalidade na excelência das nossas relações. Sempre que me encontro com o Presidente João Lourenço encontramo-nos como bons amigos», como na reunião que o Primeiro-Ministro português e o Presidente angolano tiveram na Cimeira Europa-África em 29 de novembro.

Relações políticas de grande estima e amizade

O Primeiro-Ministro exemplificou referindo que «a forma calorosa como o Presidente João Lourenço cumprimentou a delegação portuguesa é um bom sinal das boas relações que existem entre nós». 

«Na vida das pessoas, entre amigos, muitas vezes há problemas que se metem pelo caminho - problemas que nem uns nem outros podem resolver. Neste caso, nem as autoridades políticas de Angola, nem as portuguesas, podem resolver, mas esse problema não perturba o que é essencial», afirmou.

O Primeiro-Ministro citou ainda uma declaração recente do Ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Domingos Augusto, que afirmou que «as relações luso-angolanas são insubstituíveis». 

Aliás, fora a restrição das visitas de alto nível «tudo decorre normalmente. Os angolanos continuam a ser bem-vindos Portugal e os portugueses muito bem-vindos a Angola. Mesmo nas relações políticas entre os dois países, sempre que se encontram, são de grande estima e de amizade», sublinhou.

«Aguardar serenamente decisões das autoridades judiciárias»

Por isso, «vamos aguardar serenamente que as decisões que as autoridades judiciárias têm de tomar sejam tomadas. Um dia, seguramente, poderei encontrar o Presidente João Lourenço ou em Luanda ou em Lisboa». 

«Enquanto não nos encontramos em Lisboa ou em Luanda, também não faltam lugares no mundo para nos encontramos - e as relações vão prosseguindo», e «têm uma grande intensidade», disse, exemplificando com o número de voos entre os dois países, «ou a força dos investimentos bilaterais».

«Sempre que estamos juntos em algum sítio, seja em Abidjan, na Costa do Marfim, ou aqui na Suíça, nunca perdemos uma oportunidade para falar e manter as nossas boas relações», acrescentou António Costa.

O Primeiro-Ministro disse ainda que «é com muita satisfação que vemos a situação político-económica angolana a evoluir muito positivamente e a restabelecerem-se as condições de confiança de investimento das empresas portuguesas em Angola».