«Os resultados deste Conselho, face às expectativas, são bastante favoráveis» para Portugal, afirmou a Ministra do Mar, Ana Paula Vitorino, em declarações aos jornalistas, após a reunião de Ministros do Mar da União Europeia, em Bruxelas, para a fixação de quotas neste setor para 2018.
A Ministra exemplificou com o biqueirão, uma espécie com elevado valor comercial: «Onde havia uma proposta de redução de 20%, foi conseguida a manutenção das quotas de pesca para o próximo ano».
«As capturas de pescada em águas nacionais sofre um corte de 12%, abaixo dos 30% inicialmente propostos por Bruxelas, e as capturas de carapau são reduzidas em 24%», acrescentou Ana Paula Vitorino, lembrando que «em nenhuma destas espécies a quota é atingida pelos pescadores portugueses».
Boa cooperação com Espanha
A Ministra sublinhou ainda a boa cooperação nas negociações com a sua homóloga espanhola, Isabel Tangerina, referindo que «os dois países trabalharam de uma forma muito próxima».
Em 2018, vão aumentar, em águas portuguesas, as possibilidades de pesca de raias (15%), lagostins (13%) e areeiros (19%), mantendo-se as quotas de julianas, solhas, linguados e tamboris. A quota de pescada cai 12% e a do carapau 24%, podendo ambas ser revistas em função de pareceres científicos.
«Mesmo assim, os valores das quotas estão acima do que é efetivamente capturado pelos pesqueiros portugueses», acrescentou Ana Paula Vitorino, dizendo também: «É evidente que todos nós gostaríamos de ter muito mais, mas houve uma redução global dos totais admissíveis de capturas a nível europeu».
A Ministra concluiu, realçando que - quer Portugal, quer Espanha - apresentaram fundamentação científica para as contrapropostas, garantindo que «todas as espécies estão dentro do rendimento máximo sustentável».
Os Ministros das Pescas da União Europeia chegaram a acordo para os totais admissíveis de capturas e quotas para 2018 após mais de 20 horas de uma negociação que se iniciou às 10 horas de dia 12 de dezembro.