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2018-09-20 às 10h29

Portugal vai gerir programa da UE para agricultura em Angola

Portugal vai gerir um programa da União Europeia (UE) dirigido à agricultura em Angola, no valor de 48 milhões de euros, que incidirá sobre as três províncias do sul mais expostas às alterações climáticas: Huíla, Namibe e Cunene.

Em Luanda, o Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, afirmou que o objetivo é «mitigar as consequências das alterações climáticas e proporcionar garantias de subsistência no setor da agricultura familiar».

«Trata-se de um programa que terá um apoio da UE de 60 milhões de euros, 48 milhões dos quais são destinados à agricultura», disse Luís Capoulas dos Santos, e que «visa apoiar a agricultura familiar, criar condições de vida e sustentabilidade agrícola e, ao mesmo tempo, concorrer para o combate às alterações climáticas, porque, no território angolano, estas três províncias são as zonas mais expostas».

Para o Ministro, «este programa poderá dar um contributo decisivo» para os objetivos do governo angolano: «por um lado, criar condições de vida aos seus agricultores e à pequena agricultura e, por outro lado, aumentar a produção nacional por forma a reduzir as importações e até a gerar excedentes para exportação de alguns produtos para os quais tem capacidade de produção mais do que suficiente», referiu.

Durante a visita, Capoulas Santos esteve reunido com o seu homólogo angolano, Marcos Nhunga, para identificar as prioridades do Plano de Ação 2019/2022, assinado há um ano.

Áreas de formação

«Estamos a incidir na área da formação e da investigação agrária, veterinária e fitossanitária, através da formação de técnicos angolanos, além da importante área da irrigação», disse o Ministro português. 

«Paralelamente, estamos a desenvolver esforços para estimular os agricultores e as empresas angolanas e portuguesas a constituírem a Câmara Luso-Angolana de Agricultura, que permitirá um contacto permanente e regular entre os agricultores dos dois países para facilitar também as exportações» referiu.

O Ministro português disse também que Portugal tem sido, até agora, um «grande exportador» para Angola na área da agricultura, e destacou o facto de, recentemente, Angola ter começado a exportar produtos agrícolas para Portugal: «Angola começou há muito pouco tempo a exportar para Portugal, tendo, ao fim de 40 anos, exportado as primeiras bananas para Portugal». 

Produções complementares

Capoulas Santos acrescentou que «a agricultura portuguesa e angolana não são concorrentes, são complementares: não tencionamos produzir em Portugal café, amendoim ou frutos tropicais, assim como não estou a ver Angola com vocação para plantar oliveiras ou a dedicar-se à produção de vinho», explicou.

Para Capoulas dos Santos, «a cooperação é boa quando funciona nas duas direções, quer no investimento quer nas trocas comerciais, Angola tem um enorme potencial agrícola e Portugal está disponível para receber produtos de Angola que, neste momento, importamos de outras partes do mundo, com quem temos afinidades muito menores».