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2017-11-30 às 12h17

Portugal quer criar consenso e reunir todos sobre a reforma do euro

Primeiro-Ministro António Costa com o Ministro das Finanças Mário Centeno
O Primeiro-Ministro António Costa afirmou que a lógica da candidatura portuguesa à presidência do grupo dos Ministros das Finanças da zona euro é contribuir para o consenso depois das divisões políticas e regionais que a zona euro sofreu, criando uma verdadeira moeda comum e não apenas uma moeda única.

O Primeiro-Ministro, que fez esta declaração em Abidjan, no final da cimeira UE-África, acrescentou que «estamos neste momento numa fase muito importante de debates sobre a construção da zona euro».

Este «é um debate que é essencial para Portugal», «em que temos participado ativamente, e achamos que estamos em boas condições para contribuir para a construção de consensos», disse.

Estes consensos devem permitir «completar a união económica e monetária, fortalecer o euro, termos uma moeda e uma política mais amiga dos crescimento e do emprego, que contribua para a convergência económica e social entre os diferentes Estados membros, e também a consolidação das finanças públicas», sublinhou.

Moeda comum e não só moeda única 

António Costa disse também que «quer pela experiência que acumulámos, quer pelos resultados que produzimos, podemos ajudar a que haja um consenso alargado nesta fase».

«Julgamos que reunimos um bom lote de apoios e boas condições para termos uma postura construtiva relativamente às reformas que é necessário introduzir na zona euro», afirmou ainda o Primeiro-Ministro.

O objetivo da candidatura de Portugal é ajudar «a unir o conjunto dos Estados em torno do euro», «que o euro não seja só uma moeda única, mas seja efetivamente uma moeda comum, que nos ajude a ultrapassar divisões que tivemos no passado». 

António Costa disse ainda que «a Europa mudou seguramente a visão que tinha de Portugal e Portugal também mudou muito e num sentido positivo», referindo «o défice mais baixo da nossa democracia», o crescimento económico e a criação de 242 mil empregos.

A existência de «uma zona euro completa, amiga do crescimento e amiga do emprego, também nos ajuda» no caminho que Portugal tem de continuar a fazer.

Euro melhorou, mas tem de melhorar mais

O Primeiro-Ministro afirmou que «todos aprendemos muito ao longo destes anos, desde a crise de 2008, já houve muita coisa que foi feita para estarmos melhor preparados para qualquer situação de risco, mas temos que continuar» a melhorar os mecanismos da união económica e monetária.

«Nós, Portugal, com a experiência diversa que temos tido, daremos seguramente um bom contributo para que tenhamos uma zona euro mais forte» e «que continue a contribuir para que o conjunto dos países europeus tenha finanças públicas sólidas, o que é essencial como base do nosso desenvolvimento», acrescentou. 

António Costa referiu que «há vários países que manifestaram o seu apoio, mas há outros candidatos com um bom currículo, com uma boa experiência, com boa capacidade». 

Clima de consenso sobre a reforma da zona euro

«Respeitamo-los a todos mas consideramos que a nossa é uma candidatura boa para o conjunto da Europa e da zona euro, fazendo as pontes entre todos, contribuindo para um clima de consenso sobre a reforma da zona euro», disse também.

O Primeiro-Ministro sublinhou que «a nossa lógica é a de contribuir para o consenso, de reunir todos. A zona euro sofreu muitas divisões nos últimos anos, entre famílias políticas, entre regiões, e hoje precisamos de ter uma Europa mais unida e mais forte, e aí estamos em posição privilegiada para o poder fazer».

Aliás, «nos contactos prévios que fizemos pudemos confirmar que governos das diversas famílias políticas, das diferentes regiões de Europa reconhecem na candidatura portuguesa e em Mário Centeno as condições adequadas para o exercício da função de presidente do Eurogrupo», concluiu.