O Ministro da Defesa Nacional, José Alberto Azeredo Lopes, reafirmou em Kiev o apoio de Portugal à soberania da Ucrânia, a preservação da sua unidade e integridade territorial.
«Portugal não reconhece nem reconhecerá qualquer ocupação ou anexação ilícitas, e considera que a atual crise ucraniana apenas poderá ser resolvida no plano político, apostando num trabalho conjunto entre a NATO, a União Europeia, a OSCE e as Nações Unidas», disse, no final do encontro com o seu homólogo ucraniano, o general Stepan Poltorak.
Os dois governantes passaram em revista a situação de segurança regional e debateram as áreas prioritárias de cooperação entre os dois países, nomeadamente a Saúde Militar e o desenvolvimento das Indústrias de Defesa.
No capítulo da Saúde Militar, Portugal receberá durante o segundo semestre mais três militares ucranianos a necessitar de reabilitação médica, depois de, num passado recente, ter tratado no Hospital das Forças Armadas, em Lisboa, dois feridos no conflito que assola o Leste da Ucrânia.
Tecnologias de uso dual são prioritárias
Já no domínio das Indústrias de Defesa, a Ucrânia tem atualmente em curso um processo de liberalização deste setor e deixou o convite à participação das empresas portuguesas em projetos conjuntos.
Recorde-se que, no final de março, uma delegação ucraniana esteve reunida em Lisboa com a Direção-Geral de Política de Defesa Nacional, tendo fixado como das áreas prioritárias a das tecnologias de uso dual.
«Temos de investir no desenvolvimento de tecnologias e equipamentos que se revelem úteis ao nível militar, mas também ao nível civil. Este deverá ser o caminho a seguir quando pretendemos ampliar as nossas capacidades, apostando na criação de projetos multinacionais. Acredito que a Ucrânia é, nesse sentido, um parceiro importante», disse ainda Azeredo Lopes.
A visita à Ucrânia serviu igualmente para retribuir a viagem a Lisboa do Ministro da Defesa ucraniano, em janeiro de 2017, durante a qual o general Poltorak já tinha manifestado o seu apreço e reconhecimento pelo facto de Portugal ter vindo a manter sempre laços muito estreitos com o seu país, agradecendo o apoio político e diplomático que tem dado, a diferentes níveis, na defesa da independência e soberania da Ucrânia, que Portugal reconhece desde 7 de janeiro de 1992.