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2019-01-29 às 11h13

Portugal e Chipre querem uma Europa que corresponda às expectativas dos cidadãos

Primeiro-Ministro António Costa e Presidente da República de Chipre, Nicos Anastasiades, durante a declaração conjunta, Nicósia, 29 janeiro 2019 (foto: Paulo Vaz Henriques)
O Primeiro-Ministro António Costa visitou oficialmente a República de Chipre para conversações com o Presidente da República, Nicos Anastasiades, e com o Presidente do Parlamento, Demetris Syllouris. 

Nesta primeira visita de um Chefe de Governo português a Chipre, António Costa foi acompanhado pela Secretária de Estado dos Assuntos Europeus, Ana Paula Zacarias.

Na declaração no final da reunião entre o Primeiro-Ministro português e o Presidente cipriota (que é o chefe do Governo segundo o sistema constitucional cipriota), António Costa e Nicos Anastasiades afirmaram que as conversações foram muito construtivas, tendo-se verificado grande convergência num grande número de áreas.

União Europeia

«Estando Portugal e Chipre em posições geográficas bastantes afastadas no continente europeu, temos, pelo contrário, posições muito próximas em relação à visão sobre o futuro da Europa, sobretudo no que respeita aos grandes desafios que enfrenta», disse o Primeiro-Ministro.

Portugal e Chipre estão nomeadamente de acordo na «afirmação de uma União Europeia forte, baseada nos princípios e valores da democracia e da solidariedade», como afirmou o Presidente Anastasiades, que acrescentou que ambos os países querem uma Europa «que corresponda às expectativas dos seus cidadãos», nomeadamente nos em segurança e em prosperidade.

Os dois Chefes de Governo afirmaram ainda o seu acordo na importância da discussão sobre o futuro da Europa, nomeadamente sobre como enfrentar os desafios das migrações, do Brexit, da globalização, do quadro financeiro plurianual e das alterações climáticas.

O Presidente de Chipre sublinhou ainda que o seu país considera «Portugal um dos mais confiáveis amigos e parceiros» dentro da União Europeia.

Relações bilaterais

Politicamente, as relações bilaterais são boas, o que se manifesta pelo mútuo apoio a candidaturas a organizações internacionais, mas são insuficientes em termos económicos.

De acordo com dados da Agência de Investimento para o Comércio Externo de Portugal (AICEP), a balança comercial é superavitária para Portugal, mas as relações comercias são muito modestas, sendo Chipre é o 61.º cliente de Portugal e o 110.º fornecedor. 

Os dois Chefes de Governo reviram estas relações bilaterais e discutiram as formas de as alargar.

O Primeiro-Ministro referiu que o foram identificados, nomeadamente, «três domínios onde as relações bilaterais podem ter um valor acrescentado: A troca de boas práticas em matéria de turismo, que é uma atividade económica fundamental em ambas as economias; recuperar a cooperação no domínio científico, em especial no que concerne às ciências do mar; e promover a organização de um fórum de negócios para aproximar empresários dos dois países».

Problema de Chipre

O Primeiro-Ministro transmitiu ao Presidente cipriota «a solidariedade de Portugal, acompanhando de forma muito estreita o desenvolvimento das negociações, tendo em vista encontrar uma solução para a questão de Chipre nos termos das resoluções das Nações Unidas». 

A ilha de Chipre está divida desde 1974 em das repúblicas, sendo uma membro da União Europeia e a outra (República Turca de Chipre do Norte) reconhecida apenas pela Turquia. 

«Portugal acompanha o esforço que o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e da sua Alta Representante têm desenvolvido para que este ano de 2019 seja marcante para a evolução destas negociações a partir dos temas já identificados e dos termos de referência que estão neste momento a ser concluídos», acrescentou.

António Costa desejou ao Governo do Chipre «o maior sucesso nas negociações que se encontram em curso e que se espera que cheguem a bom termo».
Além das reuniões de trabalho e das honras militares, o Primeiro-Ministro depositou uma corôa de flores no monumento ao primeiro Presidente da Republica de Chipre, o Arcebispo Makarios III.