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2018-06-14 às 23h58

Portugal adere à Under 2 Coalition, a coligação favorável aos acordos de Paris

Primeiro-Ministro António Costa com o Governador do Estado da Califórnia, Jerry Brown, Sacramento, 14 junho 2018
Primeiro-Ministro António Costa discursa no Senado da Califórnia, Sacramento, 14 junho 2018
O Primeiro-Ministro António Costa reuniu-se com o Governador do Estado da Califórnia, Jerry Brown, a quem manifestou a adesão de Portugal ao memorando internacional liderado pela Califórnia para combater as causas das alterações climáticas.

António Costa afirmou que Portugal adere ao memorando Under 2 Coalition para apoiar os esforços mundiais para o cumprimento do acordo de Paris sobre alterações climáticas. O memorando junta 206 municípios, províncias, regiões ou Estados, entre os quais 17 Estados norte-americanos, empenhados em cumprir as metas deste acordo. 

«Podemos contar com Jerry Brown numa comunhão de valores, não só em Portugal, mas também na Europa, em torno de desafios como o combate às alterações climáticas e na promoção de energias limpas. Queremos o cumprimento das metas do acordo de Paris e pretendemos até superá-las», afirmou António Costa.

O Primeiro-Ministro salientou a importância desta ação desenvolvida pela Califórnia, referindo que este Estado norte-americano é a quinta maior economia mundial, e acrescentando que «Jerry Brown é seguramente um dos políticos norte-americanos que tem uma visão mais próxima sobre os grandes desafios que nós temos de enfrentar».

Aliás, «mesmo cumprindo todos os objetivos desse acordo, ainda ficaremos aquém daquilo que é considerado essencial», sublinhou.

Energias renováveis

Jerry Brown afirmou que «a Califórnia tudo fará para reduzir as emissões de gases com efeito estufa. Temos de nos unir contra os efeitos do aquecimento global, pois o que estamos a fazer não é suficiente».

«É preciso que os portugueses, os europeus e todo o mundo saibam que nós, os americanos, queremos estar dentro do acordo de Paris. Fizemos uma aliança entre 17 Estados norte-americanos para apoiar esse acordo. Estamos a fazer o possível para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa», referiu o Governador.

Jerry Brown disse também que «queremos galvanizar o mundo para fazermos mais no combate às alterações climáticas. Temos de investir em tecnologias limpas. Este é um desafio global e que tem de ter resposta também global».

O Primeiro-Ministro presidiu ainda ao encerramento de uma conferência sobre energias renováveis, na qual o Secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, referiu que, «em 2017, 42% da energia produzida em Portugal veio de fontes renováveis, vento, água, sol e biomassa - uma percentagem bem superior à média europeia».

Em 2018, «até ao final de maio, da energia elétrica produzida, 64% veio de fontes renováveis. Temos políticas públicas bem desenhadas e objetivos políticos bem definidos nesta matéria», disse ainda.

Incêndios florestais

António Costa encerrou o dia com uma reunião com a Autoridade Californiana para a Prevenção e Combate a Incêndios, com o objetivo de reforçar «a cooperação nesta área e aprender com as técnicas e com o conhecimento existente na Califórnia».

«Estamos a ver como podemos trocar boas práticas e como podemos aprender uns com os outros. Neste encontro reparei que muitas das questões que aqui se colocam são exatamente as mesmas que discutimos em Portugal para responder a este desafio», disse.

A cooperação com a Califórnia, na prevenção e combate aos fogos florestais pode beneficiar Portugal «relativamente à incorporação de novas fontes de informação via satélite, modelos de previsibilidade, dinâmica do fogo e competências de treino e formação».

O Primeiro-Ministro referiu que «as alterações climáticas têm um impacto concreto e que, apesar da excelência do modelo altamente profissionalizado existente na Califórnia, nem por isso deixa de haver fogos com grandes dimensões e consequências trágicas».

Pelo contrário, o modelo português tem assentado nos bombeiros voluntários, pelo que em Portugal «o caminho para a profissionalização, especialização e aproximação entre prevenção e combate é mais difícil do que num país em que desde o início o sistema assentou na profissionalização». 

Dia de Portugal na Califórnia

«Na história, os portugueses estiveram entre os primeiros a explorar a Califórnia. Chegou o momento de os californianos fazerem o percurso em sentido inverso», afirmou o Primeiro-Ministro António Costa num discurso no Senado do Estado da Califórnia.

Após a intervenção do Primeiro-Ministro, a sua primeira ação do terceiro dia de visita à Califórnia e quinto dia de visita aos Estados Unidos, a assembleia legislativa da Califórnia aprovou por unanimidade a resolução que institucionaliza o Dia de Portugal neste Estado norte-americano.

O Primeiro-Ministro disse que «a Califórnia é uma nova fronteira para a inovação tecnológica e para a economia digital. Portugal quer ser parte deste futuro partilhado». 

António Costa disse que «somos um país aberto ao mundo, pacífico e estável» que está a investir nas qualificações das gerações mais jovens e possui um ambiente de negócios muito favorável ao investimento externo.

«Já estamos a cooperar com a Califórnia ao nível das instituições e das empresas - cooperação que seguramente vai aprofundar-se», acrescentou. 
Portugal tem uma dupla identidade europeia e atlântica de Portugal, disse, acrescentando que existe uma relação estrutural e sólida entre o Portugal e os Estados Unidos.

«Os Estados Unidos são o nosso vizinho do outro lado do Atlântico, constituem o nosso maior parceiro comercial fora da União Europeia. Queremos expandir e diversificar as nossas relações», afirmou.

O Primeiro-Ministro referiu as principais apostas portuguesas no desenvolvimento das tecnologias de informação, da ciência, das energias limpas e do combate às alterações climáticas, que «são áreas importantes para a cooperação com a Califórnia».

António Costa reuniu-se também, nas instalações do Senado, com a Coligação Luso-Americana da Califórnia, constituída por políticos eleitos e dirigentes cívicos cujo objetivo é aumentar o envolvimento dos lusodescendentes na vida política e cívica do Estado.