Saltar para conteúdo
Histórico XXI Governo - República Portuguesa Voltar para Governo em funções

Notícias

2018-09-17 às 13h09

«O passado ficou no museu e agora compete-nos construir o futuro» entre Portugal e Angola

Primeiro-Ministro António Costa com o Ministro da Defesa de Angola, Salviano Sequeira, e o general Silvestre Francisco na visita ao Museu de História Militar, Luanda 17 setembro 2018
A visita do Primeiro-Ministro António Costa a Angola começou pelo Museu de História Militar, o que «pode significar que o passado ficou no museu e agora compete-nos construir o futuro - é nesse futuro das relações entre Portugal e Angola que temos de estar focados». 

«Esta visita é um momento muito importante, conjuga-se com a visita de Estado que o Presidente da República de Angola, João Lourenço, efetuará a Portugal em novembro», disse o Primeiro-Ministro numa declaração no final da visita Museu Nacional de História Militar na Fortaleza de Luanda.

António Costa, que estava acompanhado pelos Ministros angolanos das Relações Exteriores, Manuel Augusto, e da Defesa Nacional, Salviano Sequeira, sublinhou que «vamos assinar o Acordo de Cooperação Estratégica para os próximos anos e vamos dar um sinal de confiança para o aprofundamento das nossas relações económicas».

«Liga-nos mais o futuro do que o passado»

À chegada a Angola, onde foi recebido pelo Ministro das Relações Exteriores, Manuel Augusto, o Primeiro-Ministro sublinhou que «cada vez é mais importante termos a noção de que nos liga mais o futuro do que o passado. É no futuro que temos de estar».

«Há muito que podemos e devemos fazer em conjunto a nível das relações económicas entre os nossos países, que é muito intenso. Angola tem a grande missão de diversificar a sua base económica, de substituir pela produção muitas das suas importações», afirmou.

«Isso é uma oportunidade também para muitas empresas portuguesas poderem explorar», estando os dois Governos «a criar um conjunto de instrumentos para que os agentes económicos dos dois países possam investir cá e lá». 

António Costa apontou que o «acordo para evitar a dupla tributação é um caso, a remuneração e o alargamento da linha de crédito é outro caso», acrescentando que há ainda outros objetivos.

Linha de crédito às exportações

Numa reunião com empresários portugueses com investimentos em Angola, o Primeiro-ministro anunciou que o Governo português vai aumentar a linha de crédito de apoio às exportações para Angola de 1 000 para 1 500 milhões de euros.

«Esta linha de crédito ampliada a renovada é um sinal muito importante da vontade dos dois países continuarem a estreitar as suas relações económicas», disse.

António Costa disse também que «há ainda muito para fazer no futuro. Com a assinatura do novo acordo estratégico para a cooperação (2018/2022) vamos além dos domínios tradicionais da saúde e da educação. Alargaremos a cooperação a áreas de soberania como a defesa, a colaboração técnica policial ou a administração tributária», acrescentou.

Relações políticas estão sólidas

Os passos que vão ser dados «traduzem que as relações políticas entre Portugal e Angola não só estão boas, como estão sólidas e com grande perspetiva de poderem aprofundar-se ao longo dos próximos anos».

«Da parte de Portugal, creio que não há com nenhum outro país, em qualquer continente, uma relação tão intensa como temos com Angola, assente nos laços individuais que se foram estabelecendo», disse. 

Por isto, António Costa referiu ainda que, no âmbito da relação entre África e União Europeia, Portugal e Angola se encontram numa posição privilegiada.

O Primeiro-Ministro acrescentou que «como todas relações intensas marcadas pela paixão, muitas vezes essas relações são também emotivas. Mas, como sabemos, sem emoção não há uma boa relação».

«As relações políticas são essenciais, mas é absolutamente indispensável que o relacionamento humano, com a presença constante de quem aqui trabalha e investe, continue a construir a aprofundar as nossas relação com Angola», disse ainda.