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2017-11-30 às 16h32

Menos 200 mil portugueses a viver com privações materiais em 2017

Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, José António Vieira da Silva
«A taxa de privação teve uma redução significativa, o que quer dizer que, quando forem aplicados a estes números os efeitos das medidas tomadas pelo Governo em 2017, vai decerto traduzir-se numa melhoria ainda maior nos indicadores sociais», afirmou o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.

Estas declarações foram feitas na conferência de imprensa após o Conselho de Ministros, a propósito do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, cujos dados foram hoje revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

De entre as principais medidas tomadas pelo Governo na área social, o Ministro destacou «o aumento do abono de família, a redução da penalização no subsídio de desemprego e o aumento das pensões». 

Maior redução da taxa de pobreza desde 2007

«Os aspetos mais relevantes que gostaria de salientar têm a ver, em primeiro lugar, com a redução da taxa de pobreza» em 0,7 pontos percentuais, «a redução mais significativa desde 2007, fazendo-se sentir sobretudo nas camadas jovens», disse ainda Vieira da Silva.

Em segundo lugar, o Ministro referiu que, «os dados revelados são encorajadores, ainda que mantenhamos números elevados de pobreza em vários setores». A pobreza nos idosos foi outra das áreas com desenvolvimentos mais positivos.

«O Governo tem a noção de que a situação no País ainda requer um esforço coletivo muito grande na criação de emprego e na melhoria salarial e das políticas sociais», concluiu.

Menos privação material e privação material severa

Embora o número de portugueses a viver com privações materiais se tenha reduzido em 200 mil pessoas, ainda há 1,8 milhões de homens, mulheres e crianças no País sem acesso a pelo menos três itens de uma lista de nove tópicos relacionados com necessidades económicas e bens duráveis devido a dificuldades económicas.

Da lista constam os atrasos no pagamento de rendas, empréstimos ou despesas correntes da casa, o facto de se conseguir ou não comer uma refeição de carne e peixe de dois em dois dias, de se ter ou não carro, televisão ou máquina de lavar roupa, ou de conseguir ou não fazer face ao pagamento de uma despesa inesperada.

Segundo dados do Inquérito, «em 2017, há menos pessoas em privação material (18%), do que em 2016 (19,5%)». Desceu também o número de pessoas que vivem em privação material severa, ou seja, em que o número de itens interditos sobe para pelo menos quatro da lista de nove: 711 mil (6,9%) em 2017 contra 866 mil (8,4%) em 2016.

Principais privações materiais

O INE revela ainda que 44,3% dos portugueses vivem em famílias sem capacidade para pagar uma semana de férias por ano fora de casa (contra 47,2% em 2016 e 51,3% em 2015).

Quase 400 mil pessoas disseram não ter capacidade para manter a casa aquecida (20,4% em 2017, contra 22,5% em 2016 e 23,8% em 2015). 

Cerca de 37% dos portugueses não têm capacidade para assegurar o pagamento imediato de uma despesa inesperada sem recurso a um 
empréstimo (contra 38,3% em 2016 e 40,7% em 2015).

Há 7,6% de portugueses cujas famílias não têm capacidade para pagar atempadamente rendas ou despesas correntes (contra 9,3% em 2016 e 10,1% em 2015).